Tribunal egípcio adia julgamento de Mubarak para 14 de setembro
Ex-ditador foi transferido de prisão no Cairo para um hospital militar na quinta-feira
Um tribunal do Cairo adiou neste domingo o julgamento do ex-ditador egípcio Hosni Mubarak para 14 de setembro por “cumplicidade no assassinato” de manifestantes durante a rebelião popular de 2011.
Atualmente detido em um hospital militar do Cairo, Mubarak compareceu na sexta-feira a uma audiência de apelação em uma maca. Ele ficou atrás das grades da cela reservada aos acusados junto a outros nove réus, incluindo seus dois filhos. O ex-ditador deixou na quinta a prisão de Torah, no Cairo, e foi levado para um hospital militar. A transferência aconteceu após uma decisão judicial ordenar a sua libertação da prisão.
No mesmo dia também foi adiado, para 29 de outubro, o julgamento dos chefes da Irmandade Muçulmana, entre eles o guia supremo, Mohamed Badie, por “incitar o assassinato” de manifestantes.
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Os julgamentos acontecem em pleno caos político no Egito, onde as novas autoridades, dirigidas de fato pelo exército, reprimem com banho de sangue, há 10 dias, as manifestações organizadas pela Irmandade Muçulmana.
Cerca de 1 000 pessoas foram assassinadas, sobretudo, islamitas, e os principais dirigentes da confraria foram presos, além de 2 000 partidários de Mursi. Uma centena de policiais e soldados morreram nos piores episódios de violência conhecidos no Egito em sua história recente.
Hosni Mubarak, de 85 anos, foi condenado em junho de 2012 em primeira instância à prisão perpétua por cumplicidade no assassinato de manifestantes durante a revolta de 2011. O ex-presidente apelou e a Corte de Cassação ordenou um novo julgamento.
(Com agência France-Press)