Três palestinos morrem e 178 ficam feridos em protestos em Gaza
Manifestantes se organizam pela quinta sexta-feira seguida para protestar na cerca divisória com Israel
Três palestinos morreram nesta sexta-feira (27) e 178 ficaram feridos em confrontos com o Exército de Israel na Grande Marcha do Retorno na Faixa de Gaza, que acontece pela quinta sexta-feira consecutiva junto à fronteira israelense, segundo fontes médicas.
Um dos mortos, identificado como Abdul Salam Baker, de 29 anos, morreu com um tiro na cabeça em Khan Younis, informou o porta-voz do Ministério da Saúde palestino, Ashraf al Qedra.
No total, 456 palestinos foram atendidos, pelo menos 178 por munição real e 19 por balas de aço revestidas de borracha, dos quais dois estão em estado grave e outros dois em condições críticas.
Os distúrbios na fronteira começaram após a oração do meio-dia, quando aumenta o número de palestinos que comparecem aos cinco pontos de protesto distribuídos ao longo da cerca divisória com Israel.
O porta-voz do Exército de Israel, Jonathan Conricus, disse em entrevista coletiva que hoje foram registrados “sérios e irregulares” ataques contra a cerca de segurança instigados por líderes do movimento islamita Hamas.
Conricus, que estimou que entre 12.000 e 14.000 palestinos participaram dos protestos, afirmou que entre “200 a 400 arruaceiros atacaram deliberadamente a cerca com coquetéis molotov e pedras” e a queimaram. Ele acrescentou que não será tolerado que o Hamas utilize civis e menores para se infiltrar.
Os manifestantes atiraram pedras e pneus em chamas contra a cerca, e alguns ataram latas de gasolina em chamas a pipas e as lançaram rumo ao território israelense. Outros retiraram rolos de arame farpado que soldados israelenses instalaram no território de Gaza de madrugada para criar uma zona-tampão entre os revoltosos e a cerca.
Os protestos ocorrem em um momento de frustração crescente para os palestinos, já que as perspectivas de criação de um Estado palestino independente parecem escassas. As conversas de paz entre Israel e os palestinos estão emperradas há vários anos, e os assentamentos israelenses nos territórios ocupados se expandiram.
Em um comunicado divulgado mais cedo nesta sexta-feira, o alto comissário da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra’ad al-Hussein, classificou a perda de vidas de “deplorável” e disse que um “número estarrecedor de ferimentos” foi causado pelo emprego de munição fatal.
(Com EFE e Reuters)