Três mortes são confirmadas em novos protestos no Egito
Confrontos entre polícia e manifestantes no Cairo deixam também 1.482 feridos
Ao menos três mortes foram confirmadas na nova onda de violência que o Egito enfrenta desde quarta-feira, quando dezenas de pessoas morreram no estádio da cidade de Port Said em uma briga entre torcedores do Al Ahly, do Cairo, e do time local, Al Masry. Nesta madrugada, a cidade de Suez registrou a morte de duas pessoas a tiros. A terceira vítima fatal, segundo o jornal britânico Guardian e a agência de notícias Reuters, trata-se de uma pessoa que estava gravemente ferida ainda em função do conflito no estádio de futebol – o que eleva o número de mortos no episódio para 80. Torcedores dos clubes e os partidos presentes no Parlamento egípcio acusam a negligência das forças policiais no estádio da responsabilidade pela tragédia, por não terem feito nada para impedir o massacre.
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O número de feridos também não para de crescer. Apenas os confrontos entre polícia e manifestantes próximos ao Ministério do Interior egípcio, no centro do Cairo, já feriu 1.482 pessoas, dentre as quais metade foi transferida a hospitais ou centros médicos. Segundo o Ministério da Saúde, 835 pessoas foram atendidas no local desde a noite de quinta-feira, enquanto outras 647 receberam cuidados nos hospitais de campanha instalados na praça Tahrir e em centros médicos da capital. “Todos os feridos se encontram estáveis e a maioria terá alta nas próximas horas”, informou o médico Adel Adaui, assistente do ministro da Saúde.
A atenção dos médicos se concentrou principalmente em casos de asfixia causada pelo gás lacrimogêneo utilizado pelas forças de segurança, além de traumatismos, fraturas e cortes, disse o responsável. O Ministério da Saúde enviou 45 ambulâncias à Praça Tahrir, perto do epicentro dos enfrentamentos, e instalou quatro unidades médicas móveis nesse local.
Protestos – Os disparos foram ouvidos durante toda a noite, mas os confrontos se tornaram mais intensos, entre gritos de “Fora, fora” dos manifestantes, que lançam pedras aos agentes antidistúrbios, e estes replicam com disparos de balas de borracha. Os choques se concentram nas ruas Mohamed Mahmoud, que liga Tahrir ao Ministério do Interior, e na divisória Mansur, onde se reúnem muitos manifestantes. Enquanto isso, centenas de pessoas estão se aproximando da praça para realizar uma manifestação de rejeição à Junta Militar e às autoridades militares.
(Com agência EFE)