Três explosivos conhecidos como “bombas panfletárias” explodiram nesta terça-feira perto do Parlamento venezuelano em Caracas, sem deixar feridos, ou causar danos. Um quarto artefato não explodiu. Testemunhas relataram que duas das explosões foram quase simultâneas, provocando muita fumaça e obrigando “muitas pessoas a saírem correndo do local”.
Os pequenos explosivos espalharam panfletos assinados pelas Forças Bolivarianas de Libertação (FBL), um grupo de guerrilha de extrema-esquerda que opera na fronteira da Colômbia. O oposição atribuiu o ato a setores próximos ao governo do presidente Nicolás Maduro, que viu o chavismo perder o controle do Parlamento das últimas eleições.
“Sem dúvida alguma, é a atitude de alguém próximo ao governo, ou cúmplice daqueles que estão no poder e que desejam criar pânico para tirar o foco da discussão de temas importantes”, disse o chefe da maioria opositora no Parlamento, Julio Borges, em uma coletiva de imprensa.
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Os prédios do Legislativo ficam no centro histórico da capital, quase ao lado da prefeitura e da Câmara de Vereadores do município Libertador, do Conselho Nacional Eleitoral e de uma das sedes do Ministério de Relações Exteriores.
Os panfletos das Forças Bolivarianas de Libertação (FBL) pedem para que seja “descartada a ilusão” e que “se prepararem para os confrontos”, após a tomada de controle do Legislativo por parte da oposição. Os folhetos também denunciam “o estabelecimento de um novo pacto em Miraflores” (sede do Executivo), que teria entregado divisas “à oligarquia”, enquanto a crise econômica se agrava. Também são criticadas as altas esferas do governo, destacando que há “corrupção, clientelismo, soberba política e ausência de uma política econômica eficaz e comprometida com o povo”.
Para as FBL, há uma “direita vermelha que sequestra o processo bolivariano” e que “não compreendeu a magnitude da derrota” eleitoral. Por isto, consideram que “é hora de tomar o governo pelas bases da revolução”, posto que “os conflitos sociais são a garantia de continuidade do processo de mudança do comandante (Hugo) Chávez”. “Não há saída pacífica para a crise, e eles sabem disso”, advertem.
(Com AFP)