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‘Trajes de garotas eram presente de Kadafi’, diz Berlusconi

Premiê contou nesta sexta que recebeu de ex-ditador líbio ao menos 60 roupas típicas, após ter contado ao amigo que apreciava as vestimentas usadas no país

Por Da Redação
20 abr 2012, 17h20

O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi afirmou nesta sexta-feira que os trajes e fantasias usadas por jovens mulheres em festas realizadas na sua mansão em Arcore foram dadas pelo ex-ditador líbio Muamar Kafadi. Berlusconi contou que recebeu de Kadafi ao menos 60 trajes típicos, após ter contado ao ex-ditador líbio que apreciava as roupas usadas em seu país.

“Sem dizer nada, fez as roupas chegarem em um container. São pretas, longas, com joias aplicadas”, explicou Berlusconi, ao deixar o Tribunal em Milão, onde compareceu para assistir uma audiência do caso Ruby. Ele também disse que foi ao tribunal para ver a “encenação”, uma “grande operação midiática de difamação”. Para ele, “é um escândalo” o uso do dinheiro público para “esse processo inútil”.

Concurso ‘burlesco’ – Durante pausa da audiência, Berlusconi explicou que as duvidosas fantasias que algumas meninas utilizaram em suas festas privadas faziam parte de um concurso burlesco. As perguntas feitas pelos jornalistas faziam referências às declarações da modelo Imane Fadil, que chegou a afirmar que as mulheres se fantasiavam de freiras e de Ronaldinho Gaúcho nessas festas.

Berlusconi, por sua vez, alegou que se tratava de um “jantar elegante”. Mas, após a refeição, ele e seus convidados se transferiam para uma sala para acompanhar uma ‘competição’, realizada em um ambiente casual, sereno e simpático. “Vocês sabem que as mulheres costumam ser exibicionistas por natureza”, assegurou Berlusconi à imprensa.

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Ao ser perguntado se ele fazia parte do jurado desses concursos, o político conservador afirmou que se limitava em contemplar com muito interesse. “Me divertia muito”, completou o ex-premiê. O ex-primeiro-ministro também falou sobre o pagamento dessas mulheres implicadas no caso, como a ex-conselheira regional de Lombardi (em Milão) Nicole Minetti.

Escândalo – Berlusconi também confirmou que ajuda as mulheres envolvidas no processo, porque elas “tiveram suas vidas arruinadas, já que perderam seus trabalhos, maridos e, provavelmente, não terão eles de volta nunca mais”. “Me sinto responsável. O único erro delas foram aceitar um convite para jantar na casa do primeiro-ministro. A vida de trinta meninas foi arruinada e isso é algo escandaloso”, acrescentou.

Segundo os investigadores, com base em algumas transações assinaladas pelo Banco da Itália, Berlusconi também se encarregou de assumir o custo, embora não de forma direta, dos advogados de Minetti, que também enfrenta um processo paralelo por recrutar supostamente as meninas para essas festas privadas. Além disso, os investigadores também desconfiam que Berlusconi esteja por trás do pagamento de 72.000 euros às gêmeas Eleonora e Imma De Vivo, duas frequentadoras assíduas dessas festas.

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Audiência – Berlusconi chegou pouco antes das 9h30 (horário local) no Palácio de Justiça de Milão (norte da Itália) para assistir a audiência. Entre as testemunhas convocadas para essa sessão figurava o policial Piero Ostuni, que na noite de 27 de maio de 2010 teria recebido a ligação do então primeiro-ministro para pedir a libertação da jovem marroquina Karima El Marough, mais conhecida como Ruby, que tinha sido presa por um roubo.

Essa chamada, segundo a Promotoria, constitui um crime de abuso de poder, já que Berlusconi teria pressionado o funcionário em sua condição de chefe do governo para liberar a jovem. No entanto, a defesa de Berlusconi alega que Berlusconi efetuou essa ligação para evitar um conflito diplomático com o Egito, já que o mesmo pensava que Ruby era sobrinha do então presidente egípcio, Hosni Mubarak. Os juízes ainda sustentam que Berlusconi manteve relações sexuais com pagamento em 13 ocasiões com Ruby entre fevereiro e maio de 2010, quando a jovem tinha 17 anos.

(Com agência EFE)

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