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Trabalho forçado rende lucro anual de US$ 150 bilhões

Organização Internacional do Trabalho aponta que 55% das vítimas são mulheres e maioria dos casos é de exploração sexual e trabalho doméstico

Por Da Redação
20 Maio 2014, 03h19

O trabalho forçado rende lucros anuais ilegais de 150 bilhões de dólares em todo o mundo, o equivalente a 330 bilhões de reais, de acordo com um estudo divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). O relatório revela que mais da metade das vítimas é de mulheres e, pela primeira vez, demonstra a correlação entre trabalho forçado e pobreza.

O trabalho forçado tem como base um elemento de coação, ou seja, exercer uma atividade sem consentimento prévio e sem a possibilidade de deixar de realizá-la. Segundo as estimativas mundiais da OIT, cerca de 55% das vítimas são mulheres, já que em atividades como a exploração sexual e no trabalho doméstico a grande maioria das vítimas é de mulheres e meninas.

Além disso, outra das conclusões da OIT é que 44% das vítimas são migrantes, tanto no interior dos países quanto entre eles. Os novos números se baseiam nos dados da OIT divulgados em 2012, que estimavam o número de vítimas do trabalho forçado, do tráfico humano e da escravidão moderna em 21 milhões.

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A grande maioria dos casos, 90%, se dá na economia privada, em contraposição à exploração exercida pelo Estado, caso do trabalho carcerário não regulamento e do recrutamento forçado de crianças para o Exército, por exemplo.

Os lucros produzidos pelo trabalho forçado são ilegais por definição, sublinha o estudo. Dos 150 bilhões de dólares que a atividade rende aos exploradores por ano, cerca dois terços (99 bilhões de dólares) vêm da exploração sexual comercial, enquanto 51 bilhões de dólares são oriundos da exploração forçada com fins econômicos, o que abrange o trabalho doméstico, a agricultura e outras atividades econômicas. O lucro associado ao trabalho forçado na agricultura, incluindo a silvicultura e a pesca, é estimado em 9 bilhões de dólares anuais. Já os lucros na construção, indústria, mineração e outros serviços são estimados em 34 bilhões de dólares por ano.

O relatório considera que os patrões de trabalhadores domésticos em condições de trabalho forçado economizam cerca de 8 bilhões de dólares por ano com o não pagamento ou com um salário inferior ao devido.

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Os números foram calculados pela OIT a partir da diferença entre o valor agregado correspondente ao trabalho e os salários efetivamente pagos às vítimas. O estudo indica que é possível estimar que os empregados domésticos em situações de trabalho forçado recebem em média 40% do valor que deveriam.

A região da Ásia-Pacífico é a que concentra o maior número de vítimas, cerca de 12 milhões de pessoas (56% do total), enquanto os países da Europa Central, do Leste Europeu (que não são membros da União Europeia) e a Comunidade dos Estados Independentes (CEI) têm a maior taxa de prevalência, com 4,2 vítimas por cada mil habitantes. Na América Latinca, os lucros anuais do trabalho forçado correspondem a 12 bilhões de dólares.

A principal conclusão do relatório é a correlação entre pobreza e trabalho forçado, pois a população pobre está mais sujeita a esse tipo de relação trabalhista.

(Com agência EFE)

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