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Tony Blair diz que tinha ‘relação de trabalho’ com Murdoch

Por Da Redação
28 Maio 2012, 18h30

O ex-primeiro-ministro da Grã-Bretanha Tony Blair reforçou nesta segunda-feira que mantinha uma “relação estritamente de trabalho” com o magnata da imprensa Rupert Murdoch até sua saída do governo em 2007. O político trabalhista fez a afirmação durante seu depoimento à Justiça, que foi interrompido mais cedo por um manifestante que o chamou de “criminoso de guerra”.

Em uma audiência de quatro horas, o chefe do governo britânico entre 1997 e 2007 depôs ao juiz Brian Leveson como parte da investigação sobre os padrões da imprensa do país após o escândalo das escutas do jornal News of the World, que Murdoch fechou em julho do ano passado após anos de medidas ilegais para obter informações sobre personalidades.

Blair destacou sua “relação de trabalho” com o dono da News Corporation, com quem teve um contato assíduo desde que o magnata decidiu apoiar os trabalhistas nas eleições de 1997, que interromperam 18 anos de governos conservadores na Grã-Bretanha. Quanto às três ligações telefônicas que teve com Murdoch antes da invasão do Iraque em 2003 – nos dias 11, 13 e 19 de março -, ele afirmou que nelas não houve “nada particularmente estranho”, e que jamais pediu “cobertura midiática” ao magnata.

O ex-premiê, que se tornou em 2010 – após deixar o governo – o padrinho de uma das filhas do proprietário da News Corp, desenvolveu uma relação “mais sadia” com o empresário australiano assim que deixou Downing Street. Ao abandonar o poder, Blair também desenvolveu uma relação mais próxima com Rebekah Brooks, ex-conselheira delegada da News International (NEM) – filial britânica da News Corp. -, e que comparecerá em 13 de junho perante um tribunal de Londres acusada de obstrução à justiça. Quando renunciou à frente da NEM, pelo escândalo dos escutas ilegais, Blair enviou uma mensagem de apoio à jornalista, de quem especificou que não era ela, mas de Murdoch, a pessoa que “tomava as decisões” no grupo.

Críticas – O depoimento de Blair foi bruscamente interrompido duas horas depois de seu início por um homem que, após burlar os controles de segurança, entrou na sala de audiência e criticou o ex-líder trabalhista aos gritos por sua atuação na invasão ao Iraque em 2003. Depois que as forças de ordem deteram o manifestante, o juiz Leveson pediu desculpas a Blair e prometeu uma investigação “imediata” para esclarecer o incidente.

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Durante seu mandato, Blair foi criticado por exercer influência na imprensa para favorecer seu partido, com a ajuda de seu assessor de comunicação, Alastair Campbell. Ao longo de seu pronunciamento nesta segunda, ele rotulou de “inevitável” a relação que se estabelece entre políticos e diretores de veículos de imprensa. O político afirmou ter optado por conduzir essa relação ao invés de enfrentar a imprensa. Segundo ele, um confronto teria acarretado ” duras consequências”.

Ele lembrou a evolução de sua própria relação com a imprensa desde que assumiu a liderança trabalhista em 1994, um vínculo que foi mudando por causa da derrota sofrida por sua legenda nas eleições gerais de 1992, sob a liderança de Neil Kinnock. Aquele baque nas urnas “ficou gravado” em sua memória e o levou a fazer o possível para evitar que o partido voltasse a ser alvo do que chamou de “ataque midiático”.

Depoimentos – Além de Blair, também vão depôr nesta semana vários ministros do atual governo de David Cameron. Na terça-feira, comparecerão os titulares das pastas de Educação e Interior, Michael Gove e Theresa May, respectivamente. Na quarta-feira, será a vez do ministro da Justiça, Kenneth Clarke, e o das Empresas, o liberal-democrata Vince Cable. Na quinta-feira, o ministro da Cultura, Jeremy Hunt, fará seu depoimento.

(Com agência EFE)

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