O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, demonstrou apoio ao atacante brasileiro Vinicius Júnior nesta segunda-feira, 22, depois do mais recente caso de racismo contra o jogador do Real Madrid. Nas redes sociais, Sánchez defendeu “tolerância zero para o racismo no futebol”.
Pelo Twitter, o líder espanhol afirmou que “o esporte é baseado nos valores de tolerância e respeito” e ainda ressaltou que a xenofobia não deve ter lugar no futebol nem na sociedade. Junto com a mensagem, Sanchéz republicou um comunicado do Conselho Superior de Esportes (CSD) da Espanha.
https://twitter.com/sanchezcastejon/status/1660680888210825216?s=20
O órgão ligado ao Ministério da Cultura e Esportes do país também condenou os insultos racistas sofridos por Vini Jr. O documento diz que agressores fazem parte de uma minoria de exaltados que confundem a paixão pelo futebol com o ódio e que não deveriam voltar a pisar em um campo.
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“A xenofobia demonstrada por alguns loucos nos constrange como sociedade e como esporte. A violência, o racismo e qualquer tipo de discriminação são a antítese dos valores do esporte, que são precisamente os do respeito, da empatia e do espírito de equipe”, disse o comunicado.
O CSD ainda afirmou que vai propor à Federação Espanhola de Futebol e à La Liga, como é conhecida a Primeira Divisão da Liga de Futebol Profissional espanhola, a criação de uma campanha de conscientização com os capitães dos clubes do país. O órgão também vai realizar ações pontuais para lutar contra o racismo, a xenofobia e o discurso de ódio no esporte.
O pronunciamento de Sanchéz acontece depois que o Ministério da Igualdade Racial do Brasil anunciou que vai notificar o Ministério Público da Espanha contra a La Liga por racismo. Em nota, as autoridades brasileiras apelaram para que as medidas cabíveis fossem tomadas pela Fifa, pela Federação Espanhola a pela La Liga.
“O governo brasileiro lamenta profundamente que, até o momento, não tenham sido tomadas providências efetivas para prevenir e evitar a repetição desses atos de racismo. Insta as autoridades governamentais e esportivas da Espanha a tomarem as providências necessárias, a fim de punir os perpetradores e evitar a recorrência desses atos”, disse a nota interministerial do governo.
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A ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco, disse que a resposta ao caso vai ocorrer de forma conjunta com o governo espanhol. Ela também conversou com a segunda vice-presidente da Espanha, Yolanda Diaz, sobre como os governos vão atuar nesse tema.
“Agora a gente vai para cima das autoridades. Notificar, oficializar também para que tenha uma resposta, porque o histórico da La Liga não é bom. É um histórico bem racista. Ontem mesmo o próprio diretor quis colocar o Vini como sendo culpado por ter vivido esse próprio racismo”, disse Franco.