Tensão aumenta na Crimeia após assinatura de acordo de anexação
No dia em que Vladimir Putin assinou documento anexando a península, soldado ucraniano foi morto em invasão de base militar
Por Da Redação
18 mar 2014, 23h17
Homens armados, supostamente militares russos, marcham fora de uma base militar ucraniana na aldeia de Perevalnoye perto da cidade de Simferopol, na região da Crimeia Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA
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A terça-feira foi tensa na Crimeia depois que Vladimir Putin assinou um acordo anexando a região no sul da Ucrânia. Um soldado ucraniano foi morto e o Ministério da Defesa liberou os militares para usarem suas armas “para proteger suas vidas”. Até então, as forças mobilizadas na península do Mar Negro, tomada há três semanas por forças russas, tinham sido alertadas para evitar o uso de armas contra ataques.
A morte do soldado, em uma base ucraniana que sofreu um ataque em Simferopol, foi a primeira baixa resultante de um confronto militar na península desde que a região foi tomada pelos russos. O primeiro-ministro ucraniano, Arseniy Yatseniuk, denunciou o fato como um “crime de guerra” e pediu conversas internacionais para evitar uma escalada do conflito.
O jornal britânico The Guardian informou que “homens vestindo uniformes militares da Rússia” apontaram armas para jornalistas que estavam perto da entrada da base militar na Crimeia e ameaçaram abrir fogo. O capital da frota naval da Ucrânia, Aleksandr Krotov, afirmou, em conversa por telefone de dentro da base, que o local estava ocupado por tropas russas, mas que ele e outros catorze oficiais permaneciam em seus escritórios. “Se sairmos, não poderemos voltar. Isso está claro”, disse ao jornal.
Muitos soldados da unidade de Bakhchysarai – onde a insígnia do Exército ucraniano deu lugar a bandeiras da Rússia – desertaram na última semana. No início desta semana, surgiram informações de que o Ministério da Defesa da Rússia teria dado um prazo até sexta-feira para os soldados ucranianos deixarem a região. Uma agência de notícias local chegou a afirmar, citando uma fonte na polícia da capital, que um integrante das “forças de autodefesa” pró-russas foi atingido por um franco-atirador. (Continue lendo o texto)
1/56 Soldados supostamente russos, se protegem atrás de um blindado, enquanto tentam invadir a base aérea de Belbek, na Crimeia (Shamil Zhumatov/Reuters/VEJA)
2/56 Veículo militar supostamente russo, é visto em frente a entrada da base aérea de Belbek, na Crimeia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
3/56 Fogos de artifício explodem sobre a praça central de Simferopol, na Crimeia, enquanto moradores celebram a primeira sexta-feira como parte da Rússia (Reuters/VEJA)
4/56 Em Sevastopol, comemoração após referendo de anexação da região da Crimeia à Rússia (Reuters/VEJA)
5/56 Em Sevastopol, comemoração após referendo de anexação da região da Crimeia à Rússia (Reuters/VEJA)
6/56 Em Sevastopol, comemoração após referendo de anexação da região da Crimeia à Rússia (Rruters/VEJA)
7/56 Em Sevastopol, comemoração após referendo de anexação da região da Crimeia à Rússia (Reuters/VEJA)
8/56 Soldado russo patrulha torre na Crimeia, nesta quianta-feira (20) (Viktor Drachev/AFP/VEJA)
9/56 Soldados russos patrulham área circundante da unidade militar ucraniana em Perevalnoye, na região de Simferopol, Crimeia, nesta quinta-feira (20) (Filippo Monteforte/AFP/VEJA)
10/56 Soldados russos patrulham área circundante da unidade militar ucraniana em Perevalnoye, na região de Simferopol, Crimeia, nesta quinta-feira (20) (Filippo Monteforte/AFP/VEJA)
11/56 Após incorporação da Crimeia à Rússia, letreiro do Parlamento local é trocado por Conselho do Estado da República da Crimeia em Simferopol (VEJA.com/VEJA)
12/56 Homens tiram o letreiro que dá nome ao Parlamento da Crimeia (Reprodução/Twitter/VEJA)
13/56 Mulher passa por soldados russos na sede da Marinha em Simferopol. O Tribunal Constitucional da Rússia decidiu por unanimidade que o presidente Vladimir Putin agiu legalmente ao incorporar a região da Crimeia à Rússia (AFP/VEJA)
14/56 Soldados russos nas ruas de Simferopol, na Ucrânia (Alisa Borovikova/AFP/VEJA)
15/56 Povo da Crimeia comemora na Praça Lênin, em Simferopol, o resultado do referendo que anexa a Crimeia à Rússia (Zurab Kurtsikidze/EFE/VEJA)
16/56 Povo da Crimeia comemora na Praça Lênin, em Simferopol, o resultado do referendo que anexa a Crimeia à Rússia (Hannibal Hannschke/EFE/VEJA)
17/56 Povo da Crimeia comemora na Praça Lênin, em Simferopol, o resultado do referendo que anexa a Crimeia à Rússia (Dimitar Dolkoff/AFP/VEJA)
18/56 População comemora o resultado do referendo na Praça Lênin, em Simferopol, capital da Crimeia (Dimitar Dilkoff/AFP/VEJA)
19/56 Oficiais começam a contagem dos votos do referendo da Crimeia, em Simferopol (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
20/56 Mulher deposita seu voto em uma urna do referendo que irá decidir o futuro da Crimeia (Sergei Karpukhin/Reuters/VEJA)
21/56 Homem deixa a cabine de votação após escolher se a Crimeia deve ou não se separar da Ucrânia, na Crimeia (Filippo Monteforte/AFP/VEJA)
22/56 Mulher deposita seu voto em uma urna do referendo que irá decidir o futuro da Crimeia (Baz Ratner/Reuters/VEJA)
23/56 Criança segura o voto do referendo que decidirá se a Crimeia deve ou não se separar da Ucrânia (Sergei Karpukhin/Reuters/VEJA)
24/56 Urnas são vistas com votos sobre o referendo que irá decidir o futuro da Crimeia (Sergei Karpukhin/Reuters/VEJA)
25/56 População da Crimeia vota em referendo na região de Bakhchysarai (DIMITAR DILKOFF / AFP/VEJA)
26/56 Em Sevastopol, funcinários arrumam local de votação para o referendo do dia 16/03/2014 (AFP/VEJA)
27/56 Em Simferopol, ucranianos passam por placa do referendo que acontece em 16/03/2014 (AFP/VEJA)
28/56 Bandeiras russas na Praça Vladmir Lenin, fundador da União Soviética, na cidade ucraniana de Simferopol (AFP/VEJA)
29/56 Manifestação pró-Rússia nas ruas da cidade ucraniana de Simferopol (AFP/VEJA)
30/56 Manifestante pró-Ucrânia segura um retrato do presidente russo Vladimir Putin com referência a Adolf Hitler, durante um comício na cidade Simferopol na região da Crimeia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
31/56 Manifestante pró-Ucrânia com a bandeira do país, durante um comício na cidade Simferopol contra a intervenção russa na Crimeia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
32/56 Manifestantes pró-Rússia participam de um comício na cidade de Simferopol, na região da Crimeia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
33/56 Manifestantes pró-Rússia participam de um comício no centro da cidade ucraniana de Donetsk (Konstantin Chernichkin/Reuters/VEJA)
34/56 Manifestantes pró-Ucrânia participam de um comício em Simferopol contra a intervenção russa na Crimeia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
35/56 Homens armados, supostamente militares russos, marcham fora de uma base militar ucraniana na aldeia de Perevalnoye perto da cidade de Simferopol, na região da Crimeia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
36/56 Manifestantes pró-Rússia participam de um comício na cidade de Simferopol, na região da Crimeia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
37/56 Militares russos montam guarda a bordo um navio da Marinha em Sebastopol, na Crimeia (Zurab Kurtsikidze/EFE/VEJA)
38/56 Homens armados, supostamente militares russos, marcham fora de uma base militar ucraniana na aldeia de Perevalnoye perto da cidade de Simferopol, na região da Crimeia (Thomas Peter/Reuters/VEJA)
39/56 Tropas da Rússia desembarcam na base aérea de Belbek, na Crimeia (Sean Gallup/Getty Images/VEJA)
40/56 Militares ucranianos deixam aeroporto de Belbek, na região da Crimeia (Baz Ratner/Reuters/VEJA)
41/56 Soldados ucranianos jogam futebol próximo a veículos militares russos, na Crimeia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
42/56 Soldados ucranianos descansam perto da entrada da base aérea de Belbek na periferia de Sebastopol, na Crimeia (Viktor Drachev/EFE/VEJA)
43/56 Pilotos da força aérea ucraniana sentados em sacos de areia na base aérea militar em Belbek, perto de Sebastopol, que está cercada por forças russas (Viktor Drachev/AFP/VEJA)
44/56 Soldados ucranianos montam guarda em base militar da Crimeia, na Ucrânia (Darko Vojinovic/AP/VEJA)
45/56 Pilotos da força aérea ucraniana montam guarda na base aérea militar em Belbek, perto de Sebastopol, que está cercada por forças russas (Viktor Drachev/AFP/VEJA)
46/56 Presidente da Rússia, Vladimir Putin, acompanhado do ministro da Defesa, Sergei Shoigu, a caminho do local de realização de exercícios militares em Kirillovsky, na região de Leningrado (Mikhail Klimentyev/RIA Novosti/Kremlin/Reuters/VEJA)
47/56 Militares russos montam guarda no Aeroporto Internacional de Sebastopol, na região da Crimeia, Ucrânia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
48/56 Militares e ativistas pró-Rússia foram vistos no aeroporto de Sebastopol, na região da Crimeia, Ucrânia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
49/56 Militares russos montam guarda no Aeroporto Internacional da cidade de Sebastopol, na região da Crimeia, Ucrânia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
50/56 Integrantes da marinha ucraniana observam um navio russo posicionado na baía de Sebastopol, na região da Crimeia (Viktor Drachev/AFP/VEJA)
51/56 Homens armados patrulham ao redor do edifício do parlamento regional, na cidade de Simferopol, região da Crimeia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
52/56 Soldado das forças armadas russas aguarda na fronteira da Ucrânia para entrar na cidade de Crimeia, em 01/03/2014 (Baz Ratner/Reuters/VEJA)
53/56 Homem segura uma bandeira militar da era soviética durante um comício pró-Rússia em Simferopol, na região da Crimeia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
54/56 Homem segura a bandeira da Rússia durante um protesto em Crimeia, na Ucrânia em 01/03/2014 (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
55/56 Homens armados patrulham o aeroporto de Simferopol, na república autônoma da Crimeia, sul da Ucrânia, nesta sexta-feira (28) (Viktor Drachev/AFP/VEJA)
56/56 Manifestantes estendem bandeira gigante da Rússia na Crimeia, ao sul da Ucrânia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
Sanções – O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, avisou os Estados Unidos que não tolerará as sanções econômicas aprovadas contra funcionários do governo de seu país e da Ucrânia. O chanceler telefonou ao secretário de estado americano John Kerry para dizer que as retaliações são “absolutamente inaceitáveis” e “trarão consequências”.
A resposta de Kerry foi que uma invasão militar da Rússia na região leste da Ucrânia seria “ofensiva”. Ele acrescentou que o discurso feito por Putin após a aprovação do referendo foi uma tentativa de “reescrever a história” e que “não está alinhado com a realidade. “Ninguém que eu conheço duvida dos interesses da Rússia na Crimeia. Kiev tem extraordinárias conexões com a Rússia, mas isso não te dá o direito de entrar e tomar o quiser pelo simples fato de você querer”, afirmou.
Em entrevista à rede BBC, o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, voltou a insistir que o Kremlin não tem interesse em uma invasão militar na Ucrânia, mas repetiu a tese de que os cidadãos russos em território vizinho devem ser defendidos. “A Rússia fará o que for possível, usando todos os meios legais, em total concordância com a lei internacional, para proteger e estender a mão aos cidadãos russos vivendo nas regiões ao leste da Ucrânia. Ninguém está falando sobre usar forças nessas regiões. Isso definitivamente não está na agenda, mas nós não queremos fazer prognósticos sobre os derramamentos de sangue que podem ocorrer. O governo ucraniano não entende a gravidade da situação nestas regiões.”
A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente americano Barack Obama concordaram que, embora a Rússia esteja camuflando um discurso pacifista, o país “atingiu a soberania ucraniana de forma inaceitável”. Os dois ressaltaram que as sanções econômicas são uma consequência das ações russas, mas que “estão abertos ao diálogo”.
Mapa da Crimeia VEJA
1/15 <p></p> (Janek Skarzynski/AFP/AFP)
2/15 <p></p> (AFP/VEJA)
3/15 <p></p> (Gleb Garanich/Reuters/VEJA)
4/15 <p></p> (Gleb Garanich/AP/VEJA)
5/15 <p></p> (Alexander Demianchuk/Reuters/VEJA)
6/15 <p></p> (Genya Savilov/AFP/VEJA)
7/15 <p></p> (Stringer/Reuters/VEJA)
8/15 <p></p> (Christophe Karaba/EFE/VEJA)
9/15 <p></p> (Gleb Garanich/Reuters/VEJA)
10/15 <p></p> (Andrei Mosienko/Presidential Press Service/Handout via Reuters/VEJA)