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Tempestade Sandy provoca mortes e destruição nos EUA

Passagem do ciclone deixou doze vítimas na costa leste do país e uma no Canadá. Nova York sofre com enchentes e quase seis milhões estão sem luz

Por Da Redação
30 out 2012, 01h04

Poucas horas depois da gigantesca tempestade Sandy atingir a costa leste dos Estados Unidos, às 22 horas de segunda-feira (20h nos EUA), o país registra as primeiras mortes provocadas pelo fenômeno natural. De acordo com a rede CNN, pelo menos doze pessoas morreram nos EUA e uma no Canadá por causa do Sandy – a maioria delas em incidentes envolvendo a queda de árvores sobre casas e carros. Enquanto isso, Nova York vive cenas de caos, com inundações castigando parte da ilha de Manhattan e enchendo de água estações de metrô e túneis, colocando em risco toda a estrutura de transportes da maior cidade dos Estados Unidos. A tempestade também afetou linhas de eletricidade, deixando mais de seis milhões de americanos sem luz.

Somente no estado de Nova York, cinco pessoas morreram, entre elas um homem de 30 anos que teve a casa atingida por uma árvore no bairro do Queens. Autoridades também relataram duas mortes em Nova Jersey, quando uma árvore caiu sobre um carro no condado de Morris. Duas pessoas morreram na Pennsylvania, uma atingida por árvore e outra no desabamento de uma casa. Na Virginia Ocidental, uma mulher morreu em um acidente de carro provocado pelos doze centímetros de neve despejados pela tempestade na rua. O estado de Maryland registrou outra vítima de acidente: uma mulher que bateu o carro em uma árvore durante a tempestade. Em Toronto, no Canadá, uma mulher morreu ao ser atingida por escombros carregada pelo vento.

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Saiba mais

TEMPESTADE OU FURACÃO

Qualquer tempestade tropical pode ser chamada de ciclone, termo genérico dado a um sistema de larga escala e baixa pressão atmosférica que se forma sobre águas tropicais ou subtropicais. Quando a temperatura do oceano passa de 27º C, a água evapora e forma uma coluna de baixa pressão atmosférica. Em volta da coluna, ventos começam a soprar devido à diferença de pressão, fazendo com que a tespestade gire. Quando os ventos atingem 61 km/h, temos formada uma tempestade tropical. Se ultrapassam 119 km/h, estamos diante de um furacão.

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CICLONE, FURACÃO, TUFÃO

Ciclone, tufão e furacão são nomes diferentes para um mesmo fenômeno – este último é mais usado em contexto científico. A denominação, porém, varia conforme a região: costuma-se chamar de furacão quando acontece na América Central e nos EUA; tufão quando aparece no extremo Oriente; e ciclone quando ocorre no oceano Índico. Os três termos se referem às mais fortes tempestades que ocorrem na natureza, podendo chegar a 1.000 metros de diâmetro e ventos de 120 km/h, no mínimo.

NO BRASIL

No Brasil não há furacões, pois o mar subtropical tem águas relativamente frias – e os furacões só se formam acima dos 27º C. Mas o país não está a salvo de ventanias como os tornados. Esse tipo de tormenta é muito mais violenta e pode aparecer em qualquer lugar, mas costumam durar menos de três minutos. Ela é resultado do choque entre duas correntes de ar, uma quente e úmida, outra fria e seca. Quando as duas se encontram em alta velocidade, o ar quente é lançado para o alto, se condensa e inicia uma tempestade que pode atingir até 800 km/h, o bastante para destruir todas as construções que encontrar pelo caminho.

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Outra morte aconteceu em alto mar: na direção da Carolina do Norte, a Guarda Costeira resgatou catorze de dezesseis tripulantes do navio pesqueiro HMS Bounty. O grupo foi salvo de helicóptero, após abandonar a embarcação, que afundou, em botes. Um tripulante foi encontrado horas mais tarde já sem vida enquanto o capitão do barco continua desaparecido.

Ciclone pós-tropical – A tempestade Sandy atingiu a costa leste americana no sul do estado de Nova Jersey. O fênomeno natural foi reclassificado de furacão para ciclone pós-tropical, mas manteve sua intensidade. Quando atingiu a costa, os ventos superavam os 140 quilômetros por hora – nas últimas horas, porém, a tempestade perdeu força e sua velocidade caiu para menos de 120 quiolômetros horários. Foram registradas ondas de 3,7 metros de altura em Kings Point e de 2,5 metros em Battery, ambas áreas de Nova York, e de 2,6 metros em Sandy Hook, em Nova Jersey.

Localizada na costa de Nova Jersey, a cidade de Atlantic City foi uma das primeiras afetadas pelo rastro de destruição da tempestade. Os ventos fortes chegaram a arrancar parte do calçadão de madeira da orla – um dos cartões-postais da cidade turística.

Saiba mais: Furacão Sandy deve afetar 50 milhões de pessoas nos EUA

Caos em Nova York – Na cidade de Nova York, a tempestade inundou a maior parte do sul da ilha de Manhattan e provocou uma queda de energia que deixou 250 mil casas sem luz. Ondas de mais de quatro metros atingiram a costa e os rios Hudson e East transbordaram por causa da chuva torrencial. Estações de metrô e túneis ficaram completamente alagados e a inundação também chegou ao centro financeiro da cidade, alcançando dois metros de altura em Wall Street. A Bolsa de Valores de Nova York foi fechada pela pela primeira vez desde os atentados de 11 de setembro de 2011 e só deve reabrir na quarta-feira.

Durante a madrugada, mais de duzentos pacientes precisaram ser removidos do hospital Langone Medical, localizado na Universidade de Nova York (NYU), após o gerador de emergência do centro médico ter sido danificado. Em outro incidente, a fachada de um prédio de quatro andares na oitava avenida desabou com a aproximação da tempestade, sem deixar feridos. Mais cedo, um guindaste no topo de um prédio na rua 57 sofreu danos e ficou pendurado, obrigando a polícia a interditar a área para pedestres.

Pelo menos um grande incêndio, provavelmente causado por um curto-circuito, foi registrado no bairro do Queens, dando muito trabalho para o Corpo de Bombeiros de Nova York combater as chamas em meio às ruas alagadas.

Todos os três grandes aeroportos da região – La Guardia, John F. Kennedy e Newark Liberty – foram fechados e mais de 9.000 voos cancelados. Em uma entrevista coletiva concedida na noite de segunda, o prefeito Michael Bloomberg pediu para que a população de Nova York fique em suas casas e deixe as ruas livres para as equipes de resgate.

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Precauções – Considerado uma das mais devastadoras tempestades a atingir os Estados Unidos, a chegada de Sandy provocou a evacuação de áreas densamente habitadas da costa leste americana, a paralisação dos transportes públicos de Nova York e Boston e a suspensão das aulas. Estima-se que mais de 50 milhões de americanos serão afetadas pela tempestade. Autoridades apontam que seis milhões de pessoas estão sem energia elétrica, em onze estados e no Distrito de Columbia. Uma empresa de prevenção de desastres estimou que os prejuízos podem chegar a 20 bilhões de dólares.

Efeitos – Embora não tenha a força do Katrina, que devastou Nova Orleans em 2005, o Sandy, que já matou 66 pessoas na semana passada no Caribe, deve causar inundações, fortes chuvas e ventos na região. A tempestade ainda pode causar a precipitação de até 1 metro de neve nos montes Apalaches, de Virgínia Ocidental até o Kentucky.

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Veja a trajetória do Sandy sobre a costa dos EUA em animação da Nasa:

(Com Agências Reuters, EFE, France-Presse e Estadão Conteúdo)

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