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Talibã deve nomear líder supremo como chefe de governo do Afeganistão

Segundo rumores, próximo presidente seria Abdul Ghani Baradar, co-fundador do grupo; Atual líder, Haibatullah Akhundzada, seria autoridade suprema

Por Da Redação Atualizado em 1 set 2021, 18h04 - Publicado em 1 set 2021, 18h02

O Talibã afirmou nesta quarta-feira 1, que, após rodadas de consultas, espera anunciar nos próximos dias os líderes que assumirão o comando do Afeganistão. O mais alto líder religioso da insurgência, Haibatullah Akhundzada, é cotado para assumir o posto de autoridade suprema do país.

“As discussões, trocas de opiniões e consultas do Emirado Islâmico (como o Talibã se autodenomina) sobre a formação de um novo governo foram concluídas”, confirmou o porta-voz talibã Bilal Karimi à agência de notícias Efe. “O terreno foi preparado para a formação do novo governo, que será anunciado muito em breve, dentro de alguns dias”. 

O porta-voz afirmou, no entanto, que a lista de nomeações, em particular o nome de ministros que farão parte do novo governo afegão, ainda não está completa.

“Temos que esperar por esse anúncio”, insistiu ele, lembrando que ainda não está claro quem será o chefe do novo governo.

Há rumores de que o mulá Abdul Ghani Baradar, co-fundador do Talibã e chefe do escritório político dos insurgentes no Catar, possa ser o próximo presidente do Afeganistão. Akhundzada, atual líder do Talibã, ficaria acima dele, como uma espécie de líder espiritual supremo do país.

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“Mulá Hibatullah Akhundzada é atualmente o líder do Emirado Islâmico, mas será prematuro dizer quem vai liderar o novo governo”, afirmou.

Os esforços para formar um novo governo para o país se aceleraram após a partida do último avião das forças dos Estados Unidos na noite da última segunda-feira, e agora os afegãos têm total independência para anunciar seu novo governo. 

Depois de quase duas décadas de ocupação dos EUA, o Talibã assumiu o controle de Cabul em 15 de agosto, culminando em uma ofensiva rápida que os levou a tomar o poder das capitais de 33 das 34 províncias afegãs em apenas dez dias. Desde então, os combatentes declararam repetidamente sua intenção de formar um governo islâmico “inclusivo”, representando todas as tribos e grupos étnicos no Afeganistão.

Com o objetivo de se mostrar mais moderado do que o período em que governou o país de 1996 a 2001, o grupo pediu após tomar o poder para que todos retornem às suas vidas com total confiança. Em entrevista à rede de notícias Tolo News, um membro da comissão cultural do Talibã disse que o novo governo não quer que as mulheres sejam vítimas, mas sim que estejam na estrutura governamental de acordo com a lei sharia, sem dar detalhes de como a lei islâmica será interpretada.

Embora as lideranças talibãs tenham assegurado que as mulheres conseguirão manter seu direito de trabalhar e ir à escola sob seu novo comando, muitos duvidaram das declarações. O movimento dos extremistas é visto com muito ceticismo pela comunidade internacional e pelos moradores mais velhos do Afeganistão, que se lembram das visões islâmicas ultraconservadoras que estiveram em vigor durante os anos de controle talibã no país.

Antes da tomada de Cabul, os talibãs já haviam assumido o controle de dezenas de cidades pelo país. Pelos locais onde passaram, centenas de mulheres foram obrigadas a deixar seus empregos e tiveram sua liberdade de movimento e expressão restringida.

Diversas organizações e ativistas, como a paquistanesa Malala Yousafzai, que foi baleada na cabeça pelo Talibã por defender publicamente a educação para mulheres e meninas, manifestaram preocupação com avanços em causas ligadas aos direitos das mulheres.

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