Tailândia rejeita a proposta da Unesco sobre fronteira
Organização quer missão para inspecionar templo de conflito com Camboja
“Achamos que não é apropriada a missão e que complicará o cenário dada a situação atual na fronteira”
Porta-voz tailandês
O governo da Tailândia rejeitou nesta quinta-feira a proposta da Organização para a Educação, Ciências e a Cultura das Nações Unidas (Unesco) de enviar uma missão para inspecionar as ruínas do disputado templo de Preah Vihear – reduto dos conflitos travados recentemente entre tropas tailandesas e cambojanas.
A Unesco anunciou na última terça-feira seu plano para esclarecer se o complexo arquitetônico declarado Patrimônio da Humanidade havia sido danificado por causa da troca de tiros e artilharia entre os soldados dos dois países. “Achamos que não é apropriada a missão e que complicará o cenário dada a situação atual na fronteira”, respondeu o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores tailandês, Thani Thongpakdi.
Embora Preah Vihear esteja situado em território do Camboja, segundo decisão emitida em 1962 pela Corte Internacional de Haia, é mais acessível do lado tailandês da fronteira. As tropas da Tailândia e Camboja se enfrentam desde o dia 4 de fevereiro, em um conflito que já deixou pelo menos oito mortos e dezenas de feridos. Cerca de 25.000 habitantes de aldeias fugiram da região fronteiriça por temor aos combates travados nessa zona na qual estão as ruínas e cuja soberania é disputada pelos dois países.
Conflito – Camboja e Tailândia arrastam o conflito desde julho de 2008, quando a Unesco reconheceu Preah Vihear, um templo khmer do século XI, como Patrimônio da Humanidade no Camboja. O governo tailandês apoiou inicialmente a decisão mas, pressionado pela oposição, se retratou e pediu à Unesco que adiasse a declaração até que houvesse um acordo sobre a fronteira.
A Tailândia admite que o monumento se encontra em território cambojano, mas reivindica uma zona de 6,4 quilômetros quadrados situada nos arredores. Os dois países assinaram em 2000 um memorando de entendimento para criar uma comissão bilateral que se encarrega de delimitar a fronteira.
(Com agência EFE)