Suspeitos queriam prender e não matar presidente do Haiti, diz testemunha
Integrantes do grupo acusado do assassinato dizem que encontraram Jovenel Moïse já morto em sua casa
Uma testemunha do ataque resultou na morte do presidente do Haiti, Jovenel Moïse, disse que o grupo de homens suspeitos de invadir a casa dele não queria matá-lo, mas apenas prendê-lo. A informação é da agência de notícias Reuters. Moïse foi morto a tiros na última quarta-feira, 7, em Porto Príncipe quando 28 homens entraram em sua casa. Segundo autoridades, o grupo composto por 26 colombianos e dois haitianos-americanos é formado por uma unidade de assassinos.
Citando pessoas que falaram com alguns dos 19 suspeitos detidos até agora, o Miami Herald disse que sua missão era prender Moïse e levá-lo ao palácio presidencial. Outra fonte próxima à investigação disse que os dois haitianos-americanos, James Solages e Joseph Vincent, relataram aos investigadores que eram tradutores da unidade de comando colombiana. De acordo com o relato, o grupo tinha um mandado de prisão em mãos, mas, quando eles chegaram, o presidente haitiano foi encontrado já morto.
Os colombianos detidos pela polícia disseram que foram contratados para trabalhar no Haiti pela empresa CTU Security, com sede em Miami. Parte do trabalho deles também seria o de fazer a segurança do próprio Moïse.
Por meio das redes sociais, haitianos de várias regiões de Porto Príncipe planejam protestos esta semana contra o chefe de Estado interino, Claude Joseph. O direito de Joseph de liderar o país foi contestado por vários políticos importantes do Haiti, enquanto um dos principais líderes de gangue do país, Jimmy Cherizier, disse neste sábado, 10, que seus homens iriam às ruas para protestar contra o assassinato.
Em meio às investigações do assassinato, os Estados Unidos enviaram, a pedido de autoridades haitianas, uma equipe técnica para decidir quais medidas de segurança seriam tomadas e como o país caribenho pode ser apoiado, afirmou o porta-voz do Pentágono, John Kirby. O presidente norte-americano, Joe Biden, é quem vai analisar as informações e decidir como ajudar o Haiti e não está definido por quanto tempo os EUA vão ficar no país.