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Suspeito de tiroteio em cinema dos EUA vai a tribunal confuso e calado

Por Da Redação
23 jul 2012, 20h03

Jairo Mejia.

Washington, 23 jul (EFE).- James Holmes, suspeito de ter protagonizado o massacre em um cinema no Colorado (EUA) que deixou 12 mortos, compareceu nesta segunda-feira pela primeira vez ao tribunal com o olhar perdido e atitude ausente, à espera de que na semana que vem apresentem acusações contra ele que poderiam acarretar a pena de morte.

Pela primeira vez a mídia e os familiares das vítimas viram ao jovem de 24 anos após sua detenção na sexta-feira passada, quando teria entrado na sala 9 do cinema ‘Century 16’, em Aurora (Colorado), com uma máscara de gás, armado com um fuzil de assalto, uma espingarda e dois revólveres, pouco depois que se iniciou a projeção da última sequência da trilogia de Batman, ‘O Cavaleiro das Trevas Ressurge’.

O suposto assassino de 12 pessoas, que feriu também 58 no cinema, apareceu hoje com os cabelos tingidos de laranja e ouviu ausente, com o olhar perdido, arqueando as sobrancelhas e às vezes sonolento, as condições de sua cela isolada, separada de outros reclusos para sua própria segurança.

A promotoria definiu com o juiz do tribunal do condado de Arapahoe, William Sylvester, que as acusações contra Holmes serão apresentadas na próxima segunda-feira, o que pode significar a pena de morte, condenação vigente no estado, mas que só se aplicou uma só vez nos últimos 36 anos, em 1997.

A promotora Carol Chambers informou que consultará as famílias das vítimas sobre o pedido da pena capital. Ela disse, ainda, que não espera que o pedido se materialize em meses e considera que o julgamento levará até um ano.

Carol disse que a consulta será feita com o tempo, já que ‘as vítimas podem ficar impactadas por sua decisão durante anos’.

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Segundo o canal CBS, pelo menos cinco familiares das vítimas estiveram na sala do tribunal durante a audiência, incluindo o pai do falecido Alex Teves (24 anos) que não desviou o olhar de Holmes, que vestia uniforme de presidiário de cor vinho e estava algemado.

Tamara Brady, a advogada de ofício de Holmes, esteve sentada ao lado de seu cliente, que por momentos parecia lutar para se manter acordado e que não falou durante todo o processo, nem sequer quando lhe perguntaram se conhecia seus direitos.

Segundo especialistas consultados pela imprensa local, ainda será diagnosticado se Holmes está mentalmente apto para enfrentar um processo judicial contra ele, embora, segundo a polícia de Aurora, Holmes tenha planejado cuidadosamente seu ataque e seja um homem ‘muito inteligente’.

Por enquanto, a promotoria não conseguiu confirmar se Holmes está submetido a medicação, após as questões levantadas por sua atitude no tribunal de Arapahoe esta manhã, em cujas celas permanecerá por enquanto.

ABC7, uma cadeia local de Denver, indicou que segundo fontes anônimas, duas horas e meia antes do ataque ao cinema, Holmes tomou Vicodin, um opiáceo que em grandes quantidades afeta ao sistema nervoso central, e o New York Post, com base no testemunho de um vizinho, o descreve como um usuário frequente de maconha.

Segundo Dan Oates, chefe de polícia de Aurora, Holmes resiste a cooperar com os investigadores, apesar de pouco após sua detenção, logo após o fim do tiroteio, confessar que armazenava material explosivo em sua casa.

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Holmes tinha transformado seu apartamento em uma armadilha mortal com um emaranhado de cabos, detonadores e material explosivo, que os técnicos levaram mais de 24 horas para desativar, e as provas recolhidas em sua casa ainda são examinadas.

Lisa Damiani, advogada da família, pediu de San Diego (Califórnia), cidade de origem de Holmes, ‘que o caso seja tratado em um tribunal e não na mídia’, enquanto pediu respeito à privacidade da família.

A aparição de Holmes, que abandonou há pouco seu doutorado em neurociência, levantou mais dúvidas que respostas, e segue-se tentado entender as razões que o levaram a traçar um plano meticuloso, a acumular um arsenal e a matar pessoas que desconhecia. EFE

jmr/tr

(foto)

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