Suspeito de matar homem no metrô de Nova York se entrega à polícia
Ataque com arma no domingo segue uma série de episódios violentos. Em abril, atirador feriu 23 pessoas em um vagão de trem

O suspeito procurado pela polícia de Nova York pelo assassinato de um passageiro a tiros no metrô no último final de semana foi levado sob custódia em uma delegacia no bairro de Chinatown nesta terça-feira, 24.
Andrew Abdullah, de 25 anos, era procurado pelo assassinato de Daniel Enriquez, baleado no domingo enquanto pegava um metrô em direção ao norte da cidade. Abdullah se entregou mais de 72 horas após o crime e foi acompanhado por policiais até a delegacia.
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“Somos gratos aos nova-iorquinos que compartilharam informações e aos detetives do departamento de polícia pelo seu árduo trabalho na investigação desse homicídio sem sentido”, disse o comissário de polícia por meio de uma nota no Twitter.
Andrew Abdullah is now in custody.
We’re grateful to New Yorkers who shared information — and to the @NYPDDetectives for their hard work investigating this senseless homicide. https://t.co/v05nARQ0oP
— Commissioner Sewell (@NYPDPC) May 24, 2022
Enriquez, de 48 anos, era filho de imigrantes mexicanos e estava a caminho da casa de seu irmão quando, segundo a polícia, encontrou o suspeito no último vagão do metrô. Sem ser provocado, Abdullah surpreendeu os passageiros quando sacou uma pistola 9mm e disparou um único tiro no peito da vítima. Não houve interação entre os dois antes do tiro.
Segundo a polícia, Abdullah aproveitou o caos para fugir da estação e entregou a sua arma a um morador de rua antes de sumir nas ruas. Enriquez foi levado às pressas ao Hospital Bellevue, nas proximidades, mas não resistiu.
Nesta terça, o bispo de uma igreja local disse aos policiais que conversou com os pais de Abdullah, que estava considerando a possibilidade de se render.
“Falei com a família, que disse que ele sofria de doença mental. Eu disse para ficarmos juntos e para entregá-lo, até que ele me disse que iria se apresentar às autoridades”, disse o membro religioso.
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Aos 25, Andrew Abdullah já foi acusado de vários crimes relacionados à arma de fogo. Em 2016, ele foi indiciado como parte de um amplo caso de gangue em Manhattan e, em 2018, se declarou culpado de uma acusação de armas vinculada a duas gangues do Harlem. Ele havia recebido liberdade condicional após quatro meses de prisão, disse um porta-voz do departamento de correções do estado.
Mais tarde, em 2020, enfrentou uma nova acusação de porte de armas e estava sob fiança de 100.000 dólares e, em 2021, foi acusado de colocar sob risco o bem estar de uma criança.
Episódios violentos
O tiroteio de domingo foi o mais recente de uma série de episódios violentos no metrô este ano. Em abril, um atirador abriu fogo contra um vagão de trem no Brooklyn, ferindo pelo menos 23 pessoas. Antes, em janeiro, uma mulher morreu depois de ser empurrada para os trilhos da estação na Times Square.
A segurança pública tem sido um ponto crucial do mandato do prefeito Eric Adams, que assumiu em janeiro e chegou a se encontrar recentemente com o presidente Joe Biden para discutir a escalada de tiroteios. Até 3 de abril, os incidentes com tiros aumentaram de 260 para 296, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o governo local.
Em julho de 2021, o então governador Andrew Cuomo chegou a declarar estado de emergência por “violência com armas de fogo”, anunciando também um pacote milionário para tentar conter o número de casos. O problema, no entanto, tem abrangência nacional e continuou avançando.
Nos primeiros 25 de 2022, ao menos 1.100 pessoas morreram vitimadas por armas de fogo, um recorde. A estatística inclui 22 policiais mortos em serviço.
Cerca de 20.000 pessoas foram vítimas de homicídio em 2021, e outras 19.486 morreram em 2020. Para efeito de comparação, em 2019, antes da pandemia, os Estados Unidos contabilizaram 15.468 homicídios.
A disparada nas mortes violentas acontece no momento em que os Estados Unidos registram recordes em vendas de armamentos.
Desde o início da pandemia, em 2020, os americanos compraram 41 milhões de armas. Trata-se de um salto de 64% na comparação com o período anterior à crise sanitária.