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Surpreendente avanço de salafistas preocupa os laicos no Egito

Por Por Sarah Benhaida
1 dez 2011, 11h19

A comissão eleitoral do Egito publica nesta quinta-feira os resultados oficiais da primeira etapa das legislativas, marcadas, segundo as primeiras estimativas, pela vitória da Irmandade Muçulmana, assim como pelo avanço dos fundamentalistas sunitas do partido Al Nur.

A imprensa nesta quinta-feira apresentava o partido salafista como a verdadeira “surpresa” desta votação, que deve dar ao país um Parlamento encarregado, em particular, de formar a comissão que redigirá a futura Constituição.

Estes fundamentalistas muçulmanos estavam presentes na capa do jornal independente Al Churuq, que intitulou “Al Nur, a surpresa do momento”.

Já o Al-Ahram, jornal do governo, afirmava que “os salafistas surpreendem ao superar em várias circunscrições o partido ‘Liberdade e Justiça’ da Irmandade Muçulmana”.

A Irmandade Muçulmana, que, pela primeira vez, participa sob o slogan de um partido político legal, já reivindicou mais de 40% dos votos nestas eleições, marcadas por uma mobilização inédita no país.

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É seguido, segundo eles, pelo partido salafista Al Nur e pelos liberais do Bloco Egípcio, lado a lado. Segundo estimativas adiantadas pela imprensa, o Al Nur, fundado em Alexandria depois do levante popular de janeiro e fevereiro que derrubou Hosni Mubarak, obteria 20% dos votos nesta primeira etapa das legislativas.

Antes dos resultados oficiais esperados para a noite, a Irmandade Muçulmana exigiu que a principal força do Parlamento seja responsável por formar o próximo governo no Egito, onde o exército tem as rédeas desde a queda de Mubarak.

A ideia de um Parlamento dominado por uma aliança entre a Irmandade Muçulmana e os salafistas provoca inquietações nos meios laicos e na comunidade copta.

“O temor é que se as correntes islamitas dominarem o Parlamento, isto pode culminar em um sistema não democrático e autoritário sob cobertura religiosa”, afirmou Hassan Nafaa, professor de ciência política na Universidade do Cairo, citado por Al Churuq.

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“Não queremos substituir Mubarak por um regime teocrático autoritário”, acrescentou.

De qualquer forma, a coalizão entre o PLJ e o Al Nur não é algo já conquistado. O Al Nur, que formava parte da Aliança democrática dirigida pela Irmandade Muçulmana, saiu desta para criar sua Aliança Islâmica.

Os salafistas, que reivindicaram uma interpretação mais rigorosa do islã, convocam a aplicação da sharia (lei islâmica) nos terrenos político, social e econômico.

Estes resultados só envolvem o primeiro terço do Egito, que votou na segunda e terça-feira. As eleições continuam em todo o país até o dia 11 de janeiro pelos deputados e depois até o dia 11 de março para a Shura (senado).

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No entanto, se esta tendência se confirmar nas próximas etapas da eleição, a Irmandade Muçulmana se converterá na maior força política egípcia, depois de ter sido reprimida durante décadas no regime do presidente deposto Hosni Mubarak.

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