Supremo sul-africano ordena revisão de 783 acusações de corrupção contra presidente Zuma
Em 2009, justiça descartou as acusações e permitiu que Jacob Zuma concorresse nas eleições à presidência da África do Sul naquele ano
O Supremo Tribunal da África do Sul decidiu nesta sexta-feira que uma decisão de sete anos atrás de derrubar 783 acusações de corrupção contra o presidente Jacob Zuma é irracional e deve ser revista, em outro revés para o líder sul-africano já repleto de escândalos e que enfrenta pedidos por sua renúncia.
A decisão de abril de 2009 de descartar as acusações permitiu que Zuma concorresse à presidência nas eleições no mesmo mês.
O líder sul-africano se encontra em meio a diversos escândalos. As eleições locais deste ano apresentam um grande risco para o partido governista Congresso Nacional Africano, que enfrenta um forte desafio de oponentes que buscam capitalizar com o que veem como erros do presidente.
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A decisão do procurador nacional Mokotedi Mpshe na época foi baseada em interceptações telefônicas apresentadas pela equipe de advogados de Zuma, que sugeria que as acusações seriam parte de um esquema político contra ele.
Nesta sexta, a juíza da alta corte Aubrey Ledwaba disse que o comportamento e pensamento de Mpshe era irracional, especialmente por não ter compartilhado a decisão com os procuradores até anunciar a decisão à nação em entrevista coletiva. “Se a decisão foi racional e na lei, por que o segredo?”, disse Ledwaba.
A decisão pressiona Zuma, que enfrenta pedidos de renúncia até dentro do Congresso Nacional Africano, após um julgamento da corte constitucional contra ele no mês passado.
(Com Reuters)