Suprema Corte dos EUA empossa primeira mulher negra como juíza
Ketanji Brown Jackson, indicada de Joe Biden, é ex-juíza de primeira instância e ex-defensora pública federal
A juíza Ketanji Brown Jackson foi empossada na Suprema Corte dos Estados Unidos nesta quinta-feira, 30, tornando-se a primeira mulher negra a ocupar um assento no tribunal superior.
O presidente da Suprema Corte, John Roberts, administrou o Juramento Constitucional, pedindo que ela jurasse “apoiar e defender a Constituição dos Estados Unidos contra todos os inimigos, estrangeiros e domésticos”.
Jackson se junta ao tribunal como seu 116º membro durante um período de maior escrutínio do tribunal sobre as decisões recentes, especialmente sobre o direito ao aborto, e a baixa confiança do público americano na Suprema Corte.
Em meio à busca por um substituto para Stephen Breyer, depois que o presidente Joe Biden prometeu nomear uma mulher negra para sua vaga, Jackson era uma das principais candidatas entre juízes e advogados.
Em abril, ela foi confirmada para a Suprema Corte por 53 votos a 47 no Senado, após uma série de audiências minuciosas, durante as quais os republicanos tentavam pintá-la como suave demais em relação ao crime e os democratas elogiavam seu histórico judicial.
Durante a audiência de confirmação, ela prometeu ser justa e fiel às leis.
“Sou juíza há quase uma década e levo muito a sério essa responsabilidade e meu dever de ser independente. Decido os casos com uma postura neutra. Avalio os fatos, interpreto e aplico a lei aos fatos do caso diante de mim, sem medo ou favor, consistente com meu juramento judicial”, disse ela em sua declaração de abertura perante o Comitê Judiciário do Senado.
Embora a confirmação histórica de Jackson não mude o equilíbrio ideológico da Suprema Corte, atualmente de seis contra três em favor do conservadorismo, ela deve trazer uma nova perspectiva ao tribunal.
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Breyer, que está se aposentando aos 83 anos, é 32 anos mais velho que ela. Pela diferença de idade, é esperado que ela traga alguns pensamentos novos, se não uma ideologia diferente da dele. Sua experiência distinta como ex-juíza de primeira instância e ex-defensora pública federal também pode trazer uma abordagem diferente para a corte.
Quando Thurgood Marshall foi nomeado o primeiro juiz negro em 1967, a ex-juíza da Suprema Corte Sandra Day O’Connor afirmou que “sua perspectiva especial” fez o grupo pensar de maneiras diferentes, e mudou a discussão mesmo se ele não tenha mudado votos. O presidente da Suprema Corte já disse que espera um “novo” tribunal.