Suécia segue Finlândia e sinaliza adesão à Otan
Um dia após o governo da Finlândia afirmar que o país deve entrar na organização militar "sem demora", Suécia defende adesão para "amortecer conflitos"

Um relatório divulgado por Estocolmo nesta sexta-feira, 13, sinalizou que vai seguir a liderança da Finlândia e se candidatar à adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O governo finlandês declarou na véspera que a nação vai entrar na aliança militar.
Com a decisão, a Suécia pode encerrar mais de 200 anos de neutralidade, fortalecendo a organização que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, procura domar.
“A adesão da Suécia à Otan aumentaria o limite para conflitos militares e, portanto, teria um efeito amortecedor nos conflitos no norte da Europa”, segundo uma análise apresentada pela ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde.
“Se a Suécia e a Finlândia fossem membros da Otan, todos os países nórdicos e bálticos seriam cobertos por garantias de defesa coletiva. A incerteza atual sobre que forma a ação coletiva tomaria se ocorresse uma crise de segurança ou um ataque armado diminuiria”, acrescentou.
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O ministro da Defesa da Suécia, Peter Hultqvist, disse que a adesão à Otan tornaria a resposta dos aliados da Suécia mais previsível.
“Com a adesão, a incerteza sobre como agir diante de uma crise de segurança ou ataque armado seria reduzida”, disse ele.
O relatório sueco constatou que a Rússia estava se tornando “cada vez mais totalitária” e que a repressão da sociedade civil e a oposição política “são extensas e crescentes”.
“A relação de reforço mútuo entre a repressão interna da Rússia e a agressão externa ficou assim clara”, afirmou o relatório sueco.
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Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, já declarou que a Rússia vai reforçar suas defesas se a Suécia e a Finlândia se juntarem à Otan. Segundo ele, se os dois países aderirem à aliança, não se poderá mais falar de um Báltico “livre de armas nucleares”, pois “o equilíbrio deve ser restaurado”.
“Até hoje, a Rússia não tomou tais medidas e não iria”, disse Medvedev. “Mas se nossa mão for forçada, bem… Tomem nota que não fomos nós que propusemos isso.” A Rússia faz fronteira com os estados bálticos da Estônia e da Letônia, e o enclave russo de Kaliningrado fica entre a Polônia e a Lituânia.