Cartum, 7 dez (EFE).- As autoridades de Cartum (capital do Sudão) acusaram nesta quarta-feira o Sudão do Sul de estar por trás dos ataques lançados por milícias meridionais contra as tropas do norte na conflituosa região de Cordofão do Sul, fronteiriça entre ambos.
O porta-voz do Exército sudanês, Shawarny Khaled, disse que os enfrentamentos ocorreram na região conhecida como Jau, e que as tropas sudanesas conseguiram repelir seis ataques.
Durante a operação, diversos combatentes do sul morreram ou ficaram feridos, mas Khaled também reconheceu que houve muitas baixas nas fileiras do Exército sudanês.
Os ataques foram cometidos por membros do Movimento Popular para a Libertação do Sudão/Setor Norte (MPLS-N), mas Cartum acusa o vizinho do sul de apoiar este grupo. O MPLS-N é um braço do MPLS, grupo que governa o Sudão do Sul, país criado em 9 de julho passado após um referendo popular.
As forças sudanesas sofreram uma emboscada mas, segundo o porta-voz militar, conseguiram recuperar o controle da região e se apoderaram de um tanque, canhões, metralhadoras e outras armas.
O Ministério das Relações Exteriores sudanês confirmou os ataques, dos quais também acusou o Sudão do Sul, e revelou que denunciou o assunto ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Em comunicado, o Ministério condenou ‘a agressão à soberania do Sudão por um país que não levou em conta o respeito da vizinhança e que deseja se transformar em um elemento de instabilidade na região’.
A região de Jau é a base principal do MPLS-N. Há três dias, o Exército sudanês anunciou que tinha tomado o controle dela. A luta entre o Exército sudanês e o MPLS-N em Cordofão do Sul começou no dia 5 de junho e continua, apesar de ambos terem assinado na Etiópia um acordo de cessar-fogo.
O Cordofão do Sul é uma das províncias com maior valor estratégico do Sudão, já que é a mais rica em petróleo que resta ao regime de Cartum desde a cisão do Sudão do Sul. EFE