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Strauss-Kahn volta à França após quatro meses de ‘pesadelo’ em Nova York

Por Por Gabriela Calotti
4 set 2011, 12h08

O ex-diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, voltou neste domingo à França procedente de Nova York, quase quatro meses após ser acusado de tentativa de estupro pela camareira de um hotel, incidente que destruiu suas aspirações à presidência francesa em 2012.

Strauss-Kahn e sua esposa, a ex-jornalista francesa Anne Sinclair, chegaram a Paris a bordo de um avião da Air France procedente de Nova York, que aterrissou no aeroporto de Roissy, no norte de Paris, às 07H05 local (02H05 de Brasília), mais de uma hora antes do que pessoas próximas ao casal haviam anunciado.

Pouco depois, os dois saíram rapidamente do terminal 2E do aeroporto parisiense escoltados por policiais e subiram a bordo de um veículo cinza em meio a muitos jornalistas e curiosos.

O casal, sorridente, não fez nenhuma declaração à imprensa, que também os aguardava na Place des Vosges, no coração de Paris, onde Strauss-Kahn tem seu apartamento principal e onde chegaram pouco antes das 08H30 local.

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Strauss-Kahn, de 62 anos, foi colocado em liberdade sem acusações no dia 23 de agosto pela justiça de Nova York, que desistiu de processá-lo penalmente após arquivar as sete acusações que pesavam contra ele desde 14 de maio.

Neste dia, DSK, como é chamado na França, foi detido no aeroporto JFK de Nova York acusado de tentativa de estupro por Nafissatou Diallo, uma guineana de 32 anos que trabalhava como camareira no luxuoso hotel onde ele estava hospedado.

“Este é o fim de uma terrível e injusta experiência”, havia afirmado o político francês após o juiz retirar as acusações que por mais de três meses o fizeram viver, segundo suas próprias palavras, “um pesadelo”.

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Strauss-Kahn, que neste domingo cumpriu com seu objetivo de voltar à França, onde foi prefeito, deputado e ministro, também era até maio o grande favorito socialista para derrotar nas eleições de 2012 o presidente francês Nicolas Sarkozy.

“Falarei mais longamente quando estiver na França”, havia antecipado Strauss-Kahn em Nova York.

Pessoas próximas a ele indicaram neste domingo que “hoje não fará” nenhuma declaração pública.

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“Tem a vontade de se explicar e falar aos franceses sobre o ocorrido”, afirmou um de seus parceiros socialistas, Jean Marie Le Guen, embora não tenha dito quando o fará.

O fim do processo nos Estados Unidos não encerra, no entanto, o caso, já que Diallo apresentou uma denúncia civil para exigir uma compensação econômica.

Na França também se espera uma denúncia por tentativa de estupro em 2003 apresentada pela jornalista e escritora Tristane Banon, de 32 anos.

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“Seu regresso é indecente”, sustentou a mãe de Banon, Anne Mansouret, em declarações à rede de televisão BFM, antes de comparar a situação judicial de Strauss-Kahn com a do cineasta Roman Polanski.

“Como Polanski, Strauss-Kahn fugiu da justiça americana”, disse a mulher.

Strauss-Kahn, que pode ser interrogado no caso Banon, processou a jornalista por denúncia caluniosa.

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Seu regresso à França também reacenderá a situação do Partido Socialista, que nos dias 9 e 16 de outubro realizará eleições primárias para eleger seu candidato às presidenciais do próximo ano, sem Strauss-Kahn na disputa.

“A volta que incomoda” é a manchete do jornal Le Parisien, que antecipa as repercussões que seu regresso terá na vida política francesa e entre os aspirantes socialistas à presidência.

“Por fim, foram libertados desta situação humilhante e injusta”, sustentou o ex-ministro da Cultura socialista, Jack Lang.

“Foi vítima de um terrível erro judicial”, disse Michel Taubmann, biógrafo de Strauss-Kahn. “Não é um homem arruinado (…) É alguém que passou por muitas coisas”, disse, em tom dramático.

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