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Status internacional da Amazônia é tema que ‘permanece aberto’, diz Macron

Presidente francês afirmou que questão deve ser considerada quando um Estado toma medidas que ameaçam o interesse do planeta

Por Da Redação
Atualizado em 26 ago 2019, 17h42 - Publicado em 26 ago 2019, 17h38

O presidente da França, Emmanuel Macron, levantou a possibilidade de definir um “status internacional” para a Amazônia, caso os líderes da região tomem decisões prejudiciais ao planeta.

Em uma coletiva de imprensa ao lado do presidente chileno, Sebastián Piñera, durante a reunião de cúpula do G7 nesta segunda-feira, 26, Macron foi questionado sobre a possibilidade. Ele disse considerar que esse pode ser o caso se um “Estado soberano” tomar de “maneira clara e concreta medidas que se opõem ao interesse de todo o planeta”.

Associações e ONGs levantaram a questão de definir um status internacional para a Amazônia. O líder francês, contudo, ressaltou que a questão não esteve entre as iniciativas discutidas pelos líderes das sete grandes economias do mundo durante os últimos três dias de reunião em Biarritz, na França.

“É uma questão real que se impõe, se um Estado soberano tomar medidas concretas que obviamente se opõem ao interesse de todo planeta”, alegou Macron.

“As conversas entre Piñera e Bolsonaro não vão nessa direção. Acho que ele está ciente desse assunto. Em qualquer caso, quero viver com essa esperança”, afirmou ainda, sugerindo que o presidente brasileiro não se oporia ao envio de aviões de combate a incêndios, graças à mediação chilena.

“Não é hoje que vamos decidir nada sobre isso, mas é um tema que permanece aberto e continuará a florescer nos próximos meses e anos, porque a questão é tal no plano climático que não podemos dizer ‘este é um problema só meu'”, insistiu.

Durante a coletiva, Macron anunciou um acordo do G7 acordo para ajudar a combater as queimadas na Floresta Amazônica. Os países concordaram em liberar 20 milhões de euros (cerca de 91 milhões de reais) em auxílio emergencial.

A maior parte do dinheiro que será doado deve ser destinado ao envio de aviões Canadair de combate a incêndios. Além disso, o grupo das sete maiores economias do mundo também decidiu apoiar um plano de reflorestamento de médio prazo que será apresentado na Assembleia-Geral das Nações Unidas em setembro.

Durante seu pronunciamento, Macron garantiu que construiu a iniciativa que será proposta às Nações Unidas “para respeitar a soberania de cada país”.

Segundo o jornal La Tercera, Piñera foi convidado pela França a participar do plano no papel de mediador entre a Europa e os países amazônicos. Um dos pontos destacados pelo líder chilenos como mais importantes para que o acordo prosperasse foi, justamente, o respeito à soberania.

Reforço militar na Guiana Francesa

Em seu pronunciamento nesta segunda, Macron também falou sobre suas intenções de reforçar a presença militar na Guiana Francesa. O território ultramarinho engloba parte da Floresta Amazônica.

O presidente francês fez da situação na Amazônia uma das prioridades da cúpula do G7, lançando um apelo a “todas as potências” para se mobilizarem contra os incêndios e em favor do reflorestamento.

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Macron também acusou Jair Bolsonaro de ter mentido sobre seus compromissos com o meio ambiente, após encontrá-lo na reunião de cúpula do G20 em Osaka, no Japão. Por isso, anunciou sua oposição ao acordo de livre-comércio assinado entre a UE e o Mercosul na sexta-feira 23.

Diante das acusações, Bolsonaro reagiu e afirmou que Macron tem “mentalidade colonialista” usa o assunto para “ganhos políticos pessoais”. Em outras ocasiões, o presidente brasileiro já havia acusado o líder francês e outros governantes europeus de tentar violar a soberania brasileira com suas declarações sobre a Amazônia.

Quase 80.000 incêndios florestais foram registrados no Brasil desde o início do ano, incluindo pouco mais da metade na Amazônia.

Sob pressão internacional, o Brasil finalmente entrou em ação no domingo na Amazônia, enviando em particular dois aviões C-130 Hercules.

(Com AFP)

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