A Tokyo Electric Power (Tepco), empresa operadora do complexo nuclear de Fukushima, informou nesta segunda-feira ter detectado níveis de estrôncio radioativo 130 vezes acima do normal no solo da usina. A medição foi informada pela rede japonesa NHK.
A Tepco tomou amostras de solo em três pontos diferentes das instalações da central e detectou 570 becquerels de estrôncio-90 e 4.400 becquerels de estrôncio-89 por quilo de terra. Becquerel, homenagem ao físico Henri Becquerel, é a unidade de medida da radioatividade através do tempo. Uma vez inalado, o isótopo radioativo do estrôncio tende a se depositar nos ossos e pode provocar câncer.
As amostras de terra foram extraídas no dia 18 de abril a cerca de 500 metros dos reatores 1 e 2, cujos sistemas de refrigeração ficaram gravemente danificados pelo terremoto e pelo devastador tsunami do dia 11 de março. No mês de março, a empresa já havia detectado estrôncio na terra e também em plantas em áreas a mais de 30 quilômetros da usina nuclear de Fukushima.
Segundo o diretor do Centro de Análise Químicas japonês, Yoshihiro Ikeuchi, os níveis atuais de estrôncio não serão um problema para os técnicos da central, uma vez que trabalham protegidos por máscaras, mas será necessário medir e fazer um acompanhamento dos níveis de radioatividade no ar.
Operários entraram por volta das 4h20 local desta segunda-feira (16h20 de Brasília) no prédio do reator 1 para tentar restaurar seu sistema de refrigeração. Eles permaneceram em seu interior por cerca de meia hora e tomaram medidas de radiação. Passados quase dois meses da tragédia, o Japão ainda não conseguiu ainda controlar a situação em Fukushima.
Pesca – O governo japonês comunicou aos pescadores que é seguro trabalhar em águas além de 30 quilômetros de distância da usina nuclear de Fukushima. Muitos pescadores tinham deixado momentaneamente seu trabalho por medo dos níveis de radiação. A Agência de Pesca do Japão enviou essa notificação a representantes da indústria pesqueira e às prefeituras próximas à central depois que a Comissão de Segurança Nuclear fez uma análise da radiação submarina e não encontrou risco para os pescadores.
(com EFE)