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Sobe para 50 o número de presos por aumento de preços na Venezuela

A investida do presidente Nicolás Maduro contra o livre-comércio resultou nas prisões arbitrárias de gerentes e empresários acusados de usura e especulação

Por Da Redação
15 nov 2013, 17h19

Pelo menos 50 pessoas foram presas na Venezuela sob a acusação de usura ou especulação financeira para desestabilizar o governo, informou o jornal El Nacional. Um dia após conseguir a primeira aprovação necessária para sancionar a Lei Habilitante, que permitirá ao presidente Nicolás Maduro governar por decreto durante um ano, o governo chavista atualizou os números oficiais incluindo pessoas que também estariam envolvidas em saques ou crimes de desordem pública.

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A fim de frear o índice galopante da inflação venezuelana, Madurou se voltou contra o livre-comércio e passou a perseguir gerentes e empresários que, segundo ele, estão aumentando os preços de bens de consumo para “enfraquecer a revolução bolivariana”. O valor de aparelhos domésticos foi reduzido drasticamente nos últimos dias e prisões arbitrárias de comerciantes se espalharam pelo país. A população, por sua vez, aproveitou a “liquidação bolivariana” para esvaziar as prateleiras das lojas, seja através de compras, seja através de saques em massa.

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O ministro de Relações Interiores, Justiça e Paz, Miguel Rodríguez Torres, afirmou que as autoridades venezuelanas inspecionaram nesta sexta-feira uma empresa especializada na venda de materiais de construção. Ao contrário de lojas que precisaram ser ocupadas militarmente para garantir a redução dos preços, Torres afirmou que os “donos estão dispostos a colaborar com o processo de supervisão e entregaram toda a documentação necessária”. A complacência dos comerciantes provavelmente se deve ao fato de a Lei Habilitante ter recebido o aval da Assembleia Nacional na quinta-feira.

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“A lei irá converter as medidas sobre a gananciosa estrutura de pequenas, médias e grandes empresas em ações estruturais”, disse Torres. Já Maduro pediu em seu discurso para que pequenos comerciantes denunciem os grandes fornecedores de mercadoria, além de atacar a oposição novamente. De acordo com a lógica propagandística do mandatário bolivariano, as causas para a crise econômica venezuelana são políticas. “Não há razões para aumentar os preços na Venezuela. Não há razões de caráter econômico, e muito menos espirituais. As razões dos preços especulativos são claramente políticas”, bradou o delirante governante.

Ao apresentar o projeto da Lei Habilitante à Assembleia Nacional, em agosto, Maduro disse que tinha o interesse de adquirir superpoderes para acabar com a “guerra econômica” que políticos da oposição e o “inimigo externo” – em sua maioria os Estados Unidos – estavam promovendo no país. Analistas, no entanto, avaliam que a deterioração da economia venezuelana se deve em grande parte à falta de dólares em um país que depende em larga escala das importações. Desde 2003, a Venezuela enfrenta um rígido controle cambial imposto pelo general Hugo Chávez, que fixa o dólar em 6,30 bolívares, valor que no câmbio paralelo é superado em mais de oito vezes. Além de jogar o índice inflacionário para níveis incontroláveis, a escassez de dólares também contribui para o grave desabastecimento de produtos de primeira necessidade no país, como papel higiênico e alguns itens alimentícios.

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