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Sob ameaças dos talibãs, Paquistão vive eleição histórica

Paquistaneses votam em primeira transição democrática de poder em 66 anos

Por Da Redação
10 Maio 2013, 23h45

Depois de se separar da Índia em 1947, o Paquistão passou por três golpes e foi governado por militares ao longo de mais da metade de sua história. As eleições deste sábado marcarão a primeira transição democrática entre governos civis. Pela primeira vez em 66 anos uma administração democraticamente eleita completou um mandato de cinco anos. Mas o clima está longe de ser festivo. Ao contrário, a campanha foi marcada pela violência. Atentados talibãs deixaram mais de 100 mortos nas últimas semanas, o que obrigou os partidos a cancelar comícios. E os terroristas prometem mais ataques no fim de semana.

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Os talibãs são contra as eleições legislativas deste sábado por considerá-las “anti-islâmicas”. “A democracia é um sistema não-islâmico, um sistema de infiéis. Peço, portanto, à população que evite os locais de votação se não deseja se arriscar a perder a vida”, ameaçou na sexta o porta-voz dos talibãs paquistaneses, Ehsanullah Ehsan.

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Os quase 70.000 locais de votação ficarão abertos de 8h (0h de Brasília) às 17h (9h de Brasília) e o governo paquistanês mobilizou 600.000 forças de segurança para proteger os centros eleitorais. Mais de 86 milhões de paquistaneses estão aptos a votar – nas eleições de 2008, o índice de participação foi de 44%.

Quase 5.000 candidatos concorrem a uma vaga das 342 vagas na Assembleia Nacional, sendo que 272 delas são eleitas diretamente. As outras 70 cadeiras, a maioria reservada a mulheres e membros de minorias não muçulmanas, são alocadas aos partidos com base no desempenho dos disputados distritos – 11.000 candidatos estão na briga por vagas nas quatro assembleias provinciais. Para conseguir a maioria no Parlamento, um partido precisa conquistar 172 assentos.

Apostas – A previsão é de vitória da Liga Muçulmana (PML-N, centro-direita), partido de Nawaz Sharif, um magnata do aço que já foi primeiro-ministro duas vezes e há 14 anos foi deposto, preso e exilado por militares. No entanto, o Movimento pela Justiça (PTI), do astro do críquete Imran Khan, pode impedir que a legenda favorita conquiste a maioria dos assentos. Ele é visto como uma esperança de renovação em um país no qual políticos são constantemente acusados de corrupção. O candidato de 60 anos de idade está internado depois de cair de uma plataforma durante um comício.

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O que parece certo é que o Partido do Povo Paquistanês (PPP), do presidente Asif Ali Zardari, deverá deixar o poder. Ele assumiu a Presidência em setembro de 2008, depois do assassinato de sua mulher, a ex-premiê Benazir Bhutto, em um atentado a bomba. Criticado por seu desempenho em segurança e na economia e atingido por frequentes denúncias de corrupção, ele não ajudou o partido a ficar entre os líderes na disputa. O resultado da eleição deve sair na noite deste sábado.

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