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SMS mostra relação próxima entre jornalista e Cameron

'Estamos nisso juntos', escreveu Rebekah Brooks, envolvida nas escutas

Por Da Redação
14 jun 2012, 14h04

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, obrigado a se explicar nesta quinta-feira diante de uma comissão de investigação sobre seus vínculos com o grupo de Rupert Murdoch, passou por momentos incômodos durante seu depoimento com a divulgação de um SMS de Rebekah Brooks, ex-diretora da News International, empresa do magnata que está no centro do escândalo das escutas ilegais.

Entenda o caso

  1. • O tabloide News of the World recorria a detetives e escutas telefônicas em busca de notícias exclusivas – entre as vítimas estão celebridades, políticos, membros da família real e até parentes de soldados mortos.
  2. • Policiais da Scotland Yard também teriam sido subornados para fornecer informações em primeira mão aos jornalistas.
  3. • O escândalo forçou o fechamento do jornal sensacionalista, que circulou por 168 anos e era um dos veículos do grupo News Corp., do magnata Rupert Murdoch.
  4. • Agora, a polícia investiga uso de grampos ilegais em outros jornais britânicos.

Leia mais no Tema ‘Grampos na Grã-Bretanha’

Rebekah enviou em 2009 um SMS de apoio a Cameron, então líder da oposição conservadora, antes do discurso que pronunciaria na conferência de seu partido. “Estou totalmente com você para amanhã”, escreveu, “não apenas porque somos amigos, mas também porque profissionalmente estamos nisto juntos”. A jornalista também prometia a ele um “jantar no campo” para falar sobre um tema referente ao Times, uma das principais publicações de Murdoch.

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No início de maio, Rebekah Brooks, uma das primeiras acusadas na investigação das escutas, revelou que o chefe de governo assinava “com muito amor” as mensagens que enviava a ela durante o escândalo. Cameron também se esforçou para justificar a contratação de um ex-diretor do News of the World, Andy Coulson, como chefe de comunicação. Pressionado pelas recentes revelações, Coulson precisou renunciar no início de 2011.

Acordo – Apesar da pressão da comissão, Cameron negou qualquer acordo entre seu partido e o império de Murdoch. O primeiro-ministro depôs durante seis horas na comissão Leveson sobre a ética na imprensa, grupo que ele mesmo criou depois que o agravamento do escândalo das escutas forçou o fechamento do popular dominical News of the World. O tabloide, que fechou de forma precipitada em julho do ano passado, é acusado de ter grampeado os telefones de cerca de 800 pessoas com o objetivo de obter exclusivas.

Cameron considerou absurda a “ideia de acordos explícitos” entre seu partido e Murdoch, suspeito de ter sido bem tratado pelos conservadores em troca de uma cobertura midiática favorável e, em particular, do apoio de seus periódicos durante a campanha eleitoral de 2010 que os levou ao poder. “Também não dou crédito algum à teoria de um acordo secreto”, acrescentou o primeiro-ministro.

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Vínculos – Ele admitiu, no entanto, que os vínculos entre a imprensa britânica e o poder são “muito estreitos” e que, no futuro, será preciso “um pouco mais de distância”. Mas o episódio politicamente mais desagradável para o primeiro-ministro é o projeto de compra – abortado – da totalidade da plataforma televisiva britânica BSkyB por parte do grupo de Murdoch.

Cameron foi acusado por testemunhas de ter colocado o tema nas mãos de um ministro, o titular de Cultura e Meios de Comunicação, Jeremy Hunt, apesar de saber que ele era favorável à oferta do magnata. O antecessor de Hunt, o ministro de Comércio Vince Cable, foi afastado depois de afirmar que “declarou guerra” a Murdoch.

(Com agência France-Presse)

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