Síria se nega a abordar iniciativa da Liga Árabe
Enquanto país continuar ausente no grupo, não haverá negociação
A Síria se nega a abordar qualquer iniciativa da Liga Árabe enquanto sua participação na organização seguir suspensa, afirmou o Ministério das Relações Exteriores do país em uma nota divulgada nesta quinta-feira pela agência oficial Sana. Na terça-feira, o porta-voz do enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, informou que o regime de Bashar Assad havia aceitado o plano das duas organizações para solucionar a crise.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram mais de 9.400 pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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“A Síria não tratará nenhuma iniciativa da Liga Árabe em sua ausência”, disse o porta-voz da Chancelaria síria, Jihad Maqdisi, horas antes de os chefes de estado dos países árabes aprovarem na cúpula de Bagdá uma série de resoluções sobre a crise síria.
Nesses documentos, é pedido ao regime de Bashar Assad o fim imediato de todo tipo de violência, a proteção dos civis e garantias para que os cidadãos possam manifestar-se livremente. Também é exigido às autoridades sírias que libertem imediatamente os prisioneiros políticos, recuem o Exército e permitam a entrada de ajuda humanitária. As resoluções se somam aos pedidos de Annan, que incluem pontos como a cessação das hostilidades na Síria sob supervisão da ONU, a libertação dos detidos nos protestos contra o governo e o envio de ajuda humanitária.
Cúpula – Não haverá na cúpula de Bagdá nenhum representante do regime sírio nesta quinta, já que o país foi suspenso em novembro da Liga Árabe após ignorar as chamadas do organismo para deter a violência no país. Maqdisi acrescentou que, desde então, as relações de Damasco com os países árabes se desenvolveram apenas ‘de estado a estado’, pelo que rejeitou negociar qualquer iniciativa árabe enquanto continuar ausente da Liga Árabe.
(Com agência EFE)