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Síria propõe cessar-fogo em Alepo e troca de prisioneiros

Proposta é anunciada às vésperas de conferência de paz em Genebra

Por Da Redação
17 jan 2014, 22h40

Em um encontro realizado nesta sexta-feira em Moscou, o ministro de Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moualem, disse ao seu homólogo russo, Sergei Lavrov, que o regime sírio está disposto a negociar um cessar-fogo com os rebeldes em Alepo, cidade em parte controlada pelas forças anti-Assad. O regime também estaria disposto a realizar uma troca de prisioneiros. O anúncio é feito no momento em que o regime sírio se prepara para negociações de paz com os rebeldes na próxima semana, em Genebra, na Suíça.

“Conto com o sucesso desse plano se todos os lados cumprirem suas obrigações”, disse Moualem em uma entrevista coletiva conjunta com o chanceler russo. “Nós gostaríamos que isso servisse como um exemplo para outras cidades”, acrescentou Moualem.

Apesar da sinalização dada pelo regime às vésperas da conferência internacional, apostar no sucesso da proposta é temerário. Tentativas anteriores fracassaram e também permanece improvável que tal acordo possa ser honrado pelas poderosas facções islamitas rebeldes, algumas das quais estão em guerra não só contra Damasco mas também contra outros grupos rebeldes, apoiados por países ocidentais e do Golfo Pérsico.

Não está claro nem mesmo se a oposição vai participar da conferência, que deverá começar na próxima quarta-feira. O regime de Bashar Assad aceitou o convite, mas indicou que o objetivo do encontro seria o combate ao “terrorismo”, forma única de tratamento do governo sírio para todos os rebeldes.

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Apelo americano – A Coalizão Nacional, grupo opositor reconhecido por potências ocidentais, ainda vai decidir se participa do encontro – o secretário de Estado americano, John Kerry, fez um apelo nesta semana para que a coalizão não boicote as negociações, afirmando que elas representam “a melhor oportunidade para a oposição alcançar os objetivos do povo sírio e da revolução”.

Nesta sexta, Kerry insistiu que o ditador Assad não tem lugar no futuro da Síria e ressaltou que os Estados Unidos têm alternativas para manter a pressão contra o regime. “Estamos começando um processo que mostrará de forma clara que não existe uma solução política se Assad não discutir uma transição e se ele acha que continuará sendo parte do governo no futuro. Isso não acontecerá”, declarou. Ele também procurou reforçar que nenhuma solução militar para a Síria será discutida em Genebra, embora a Arábia Saudita e outros países aliados do Oriente Médio sejam a favor de uma intervenção no país.

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Desconfiança – Sobre a oferta anunciada pelo ministro sírio, um dos chefes da coalizão, Jamal al-Ward, afirmou que um cessar-fogo em Alepo seria do interesse dos rebeldes, “mas nós não acreditamos que o regime esteja falando sério sobre ir adiante com isso”.

A guerra civil síria está perto de completar três anos de duração e, segundo dados levantados pela ONU, já deixou mais de 100 000 mortos. No momento, a principal preocupação do Ocidente é o avanço de grupos jihadistas que tentam derrubar o regime de Assad para impor um governo islâmico baseado na sharia, uma interpretação radical do Corão, o livro sagrado do Islã. As diferenças entre os grupos terroristas e os rebeldes apoiados pelos Estados Unidos fizeram eclodir diversos conflitos na região norte do país, principalmente na cidade de Alepo. Além disso, o governo de Assad promoveu seguidos bombardeios na cidade para fragilizar frentes opositoras que combatem no local.

(Com agência Reuters)

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