Síria pede para que seus refugiados retornem ao país
Conflito completa 3 meses e número de mortos por repressão passa de 1.100
A Síria pediu nesta quarta-feira que os refugiados da cidade fronteiriça de Yisr al Shagur voltem ao país três dias após o Exército tomar o local em uma violenta operação. Mais de 8.500 sírios fugiram para a Turquia para escapar dos confrontos entre as forças do governo e grupos armados. Na terça-feira, ao menos seis civis foram mortos na cidade fronteiriça de 50.000 habitantes. Um militante dos direitos humanos disse que a cidade é palco de intensos bombardeios e há 200 tanques rodando pelo local. Segundo a rede britânica BBC, que ouviu oficiais sírios, a cidade está voltando ao normal, mas que o Exército ainda persegue “militantes” pelas montanhas nos arredores do lugar. Enquanto isso, tanques militares estão se preparando para um ataque na cidade vizinha de Maarat al-Numan, para onde teriam fugido “terroristas” que atacaram forças de segurança sírias. Há informações de que tanques e tropas estão se movimentando pela cidade, onde acontecem grandes protestos contra o regime de de Bashar Assad. Muitas pessoas que vivem no município de 100.000 habitantes já começaram a fugir antecipadamente do local. Números – A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou nesta quarta que a repressão aos protestos na Síria já causou 1.297 mortes de civis e de 340 membros das forças armadas desde o início das manifestações, em março. O número de detidos já ultrapassou os 10.000, incluindo mulheres e crianças. “Recebemos vários relatórios denunciando o excessivo uso da força por parte das forças sírias contra os civis, a maioria deles manifestantes pacíficos”, diz um relatório apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU. O documento afirma que “civis desarmados” foram alvo “de franco-atiradores localizados nos tetos de edifícios públicos e de tanques destacados em zonas densamente povoadas”. A organização também afirmou que possui informação – incluindo vídeos e fotos – que comprovam o uso da tortura contra os detidos.A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, dirigiu três cartas ao governo sírio pedindo que se permitisse a entrada da missão encarregada de investigar os fatos no país, mas não obteve resposta. A favor – Por outro lado, milhares de pessoas participaram nesta quarta-feira de uma manifestação na capital Damasco em apoio ao regime de Assad. Os manifestantes defenderam a união nacional do país e expressaram sua rejeição à “intromissão estrangeira” nos assuntos internos da Síria. “Com sangue e espírito te salvamos Bashar”, diziam alguns manifestantes, muitos dos quais carregavam fotografias de Assad. (Com agência EFE)