Cairo, 12 nov (EFE).- O representante sírio na Liga Árabe, Youssef Ahmed, afirmou que a decisão tomada neste sábado pelo organismo de suspender Damasco é ‘ilegal e infringe seu estatuto e regulamento interno’.
Em declarações divulgadas pela agência oficial de notícias síria, ‘Sana’, Ahmed acusou a Liga Árabe de estar submetida aos interesses dos Estados Unidos e do Ocidente.
‘É um escandaloso anúncio que a Administração (da Liga) está submetida a agendas americanas e ocidentais’, disse o delegado permanente da Síria junto ao organismo, após a reunião extraordinária realizada no Cairo.
Ahmed também afirmou que esta resolução significa ‘a morte do trabalho árabe comum’, referindo-se ao acordo feito entre a Liga e a Síria, que não cumpriu o compromisso de acabar com a violência decorrente dos confrontos entre forças de segurança e manifestantes opositores ao regime. A falta de compromisso de Damasco motivou a decisão da Liga.
Antes de conhecer a resolução, durante seu discurso perante os ministros das Relações Exteriores árabes, o representante sírio argumentou que seu país cumpre a iniciativa árabe e destacou que o êxito do plano também depende da oposição.
‘O regime é sério e continua aplicando todos os pontos do plano árabe, apesar das tentativas de grupos armados dentro da Síria, vinculados com outros países e setores no exterior, de abortar o plano desde o primeiro dia’, exclamou o delegado sírio.
Em seu discurso durante uma sessão a portas fechadas, Ahmed afirmou que esses grupos buscam o fracasso de ‘qualquer papel árabe positivo que busque tranquilizar a situação visando a realizar o diálogo nacional desejado pela maioria dos sírios’.
Ahmed também advertiu para a ‘flagrante ingerência nos assuntos internos sírios e instigação à violência por parte dos Estados Unidos’, e criticou que a Liga Árabe não tenha condenado esta atitude americana.
A Liga Árabe decidiu neste sábado suspender a participação da Síria das atividades da organização, durante uma reunião extraordinária realizada no Cairo entre os ministros das Relações Exteriores do organismo.
A organização pan-árabe também pediu sanções econômicas e políticas à Síria e a retirada dos embaixadores árabes de Damasco, entre outros pontos.
Esta resolução, que ficará em vigor até que Damasco cumpra o acordo com a Liga, foi aprovada por 19 dos 22 membros da entidade, com o voto contrário do Líbano e Iêmen e a abstenção do Iraque. EFE