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Seul anuncia fim de moradias no estilo do filme ‘Parasita’ após enchentes

Pelo menos quatro pessoas morreram na capital sul-coreana afogadas em propriedades de subsolo, chamadas banjihas

Por Da Redação
11 ago 2022, 11h15

As autoridades de Seul, capital da Coreia do Sul, anunciaram nesta quinta-feira, 10, que vão eliminar gradualmente os apartamentos localizados no subsolo da cidade, que ficaram famosos com a super-produção do Oscar “Parasita” (2019). A medida foi lançada após quatro pessoas morrerem afogadas dentro dessas casas, chamadas “banjiha”, durante as tempestades que assolaram a região nesta semana.

De acordo com a a agência de notícias nacional Yonhap, duas irmãs de 40 anos e uma adolescente de 13, moradoras do distrito de Gwanak, pediram ajuda quando a água invadiu seu apartamento, mas equipes de emergência não conseguiram resgatá-las.

Outra mulher também faleceu da mesma maneira dentro de sua casa, perto do distrito de Dongjak.

A tempestade que atingiu a cidade foi considerada a mais forte em 115 anos e inundou residências, estabelecimentos e estações de metrô. O incidente matou pelo menos 11 pessoas e deixou outras oito desaparecidas.

O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, se desculpou pela tragédia durante uma visita ao local e prometeu ajudar a região a se recuperar do desastre.

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Os perigos enfrentados pelos moradores das banjihas levou autoridades a interromper a cessão de licenças para a construção das casas subterrâneas. Sob a nova regra, os proprietários terão de 10 a 20 anos para converter a moradia para uso não residencial.

O governo de Seul já havia prometido ajuda para as famílias que moram em porões após as condições precárias das habitações serem retratadas em “Parasita”, o filme de Bong Joon-ho que recebeu o Oscar de melhor filme em 2020.

+ Os sucessos (e as contradições) da Coreia do Sul de ‘Parasita’

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De acordo com dados oficiais, havia cerca de 200.000 apartamentos semi-subsolo em Seul em 2020, ou 5% de todas as residências da cidade. Os banjihas geralmente são ocupados por pessoas de baixa renda e se tornaram símbolo da crescente desigualdade na Coreia do Sul, a quarta maior economia da Ásia.

Ativistas de direitos humanos do país exigiram uma revisão da política habitacional e instaram o governo a construir moradias acessíveis para que a população mais pobre não corra risco de morte nos perigosos apartamentos.

“À medida que as chuvas se tornam mais fortes e mais frequentes como resultado das mudanças climáticas, a cidade deve embarcar em uma mudança fundamental de sua abordagem aos moradores do semi-subsolo”, disse a Coalizão de Cidadãos pela Justiça Econômica em comunicado publicado no jornal local Korea Herald.

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As residências subterrâneas surgiram em 1970, depois que o governo tornou obrigatória a construção de porões em novos projetos de construção. Embora fosse ilegal morar abaixo do solo, os espaços subterrâneos atraíram moradores à medida que a população da cidade aumentou, devido ao rápido crescimento da economia sul-coreana.

Os regulamentos de construção foram flexibilizados em 1984 para permitir que os desenvolvedores construíssem apartamentos mais altos, com metade da propriedade localizada abaixo do solo e metade acima do solo.

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