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Sessão sobre o Paraguai é cancelada por falta de quórum no Parlasul

Por Por Ana Inés Cibils
2 jul 2012, 18h30

O debate pela suspensão do Paraguai dos órgãos do Mercosul foi transferido nesta segunda-feira para Montevidéu, mas o Parlasul não pôde realizar sessões devido à ausência dos parlamentares argentinos, em um ambiente de tensão com acusações dos governos sobre um suposto “golpe” no Parlamento regional.

Convocados para a manhã desta segunda-feira para debater a crise no Paraguai como um tema de caráter grave e urgente, parlamentares de Brasil, Uruguai e Paraguai deixaram claro o ambiente tenso depois de terem visto que as portas da sala onde o órgão legislativo realiza suas sessões estavam trancadas.

“A sala foi fechada por ordem da Chancelaria” uruguaia, foi dito aos legisladores, segundo revelou à AFP um funcionário que pediu para não ser identificado.

“Nos disseram que não iam nos deixar entrar, que o Paraguai estava suspenso, que o Parlamento ia ser isolado por forças policiais”, disse à AFP o parlamentar paraguaio Angel Barchini, do Partido Colorado.

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Após mais de uma hora de debates nos corredores do edifício Mercosul e em um ambiente de tensão, diante da reclamação dos legisladores da oposição uruguaia, as portas foram abertas e a sessão começou com a presença de parlamentares brasileiros, paraguaios e uruguaios opositores, mas teve de ser formalmente suspensa por falta de quórum. Os parlamentares uruguaios favoráveis ao governo de José Mujica não entraram na sala.

Para que o Parlasul funcione, é necessária a presença de ao menos um legislador de cada país.

A posição da delegação argentina e dos uruguaios governistas foi duramente questionada pelo senador Roberto Requião, presidente da delegação brasileira.

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“O governo pode retirar seu embaixador para consultas, mas não pode retirar uma delegação parlamentar que vem ao Parlasul para falar”, disse Requião, acusando os parlamentares argentinos e os governistas uruguaios de estarem “subordinados” às suas chancelarias.

“É uma medida tão violenta como a destituição de (Fernando) Lugo no Paraguai”, disse à AFP. “Lugo foi afastado do governo sem direito à defesa, é um golpe. Sofremos outro golpe aqui”.

“Isso mostra que não há desejo dos governos presidenciais de que o Parlamento se envolva nos assuntos de relações internacionais, estão suprimindo o Parlasul”, concluiu.

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O uruguaio Gustavo Borsari, do Partido Nacional opositor, também acusou os argentinos de atuarem “sob as ordens da presidente” Cristina Kirchner e lamentou que os parlamentares governistas de seu país estejam “atuando de forma servil à Chancelaria da Argentina”.

“Houve um acordo antidemocrático e golpista das chancelarias contra o Parlamento do Mercosul”, enfatizou.

O debate ocorre depois que na sexta-feira os presidentes de Argentina, Brasil e Uruguai, reunidos em Mendoza, na Argentina, resolveram suspender o Paraguai do bloco até as eleições de abril de 2013 devido à destituição de Fernando Lugo da presidência.

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A posição argentina e dos parlamentares uruguaios governistas é a de que isso significa excluir o Paraguai também do Parlasul, explicou José Bayardi à AFP.

Mas o presidente do Parlasul, o paraguaio Ignacio Mendoza, afirmou que o órgão legislativo “é uma entidade independente e soberana” e ressaltou que a posição argentina e uruguaia mostra “uma ingerência do Executivo dentro do Parlamento”.

Sem a sessão, os legisladores de Brasil, Paraguai e os governistas uruguaios se reuniram durante cerca de duas horas para aproximar posições, e depois “decidiu-se manter as conversas”, disse Mendoza.

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Criado em dezembro de 2006, o Parlasul é formado por 37 parlamentares do Brasil, 26 da Argentina, 18 do Paraguai e 18 do Uruguai. Apesar de a Venezuela ter participado das primeiras sessões, sem poder votar, o país decidiu não se envolver mais até que integrasse plenamente o bloco sul-americano.

Segundo uma decisão de 2010, em 2015 o Brasil terá 75 parlamentares; a Argentina, 43; e Paraguai e Uruguai, 18 cada um. Quando a Venezuela completar sua adesão plena ao bloco, contará com 32 parlamentares.

Além disso, os parlamentares terão que ser eleitos de forma direta pelos cidadãos de cada país e sua tarefa será exclusiva. Até agora, apenas os parlamentares paraguaios foram eleitos pelos cidadãos de seu país.

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