Sequestro de ônibus termina com oito reféns mortos
Ex-policial que deteve turistas por 12 horas também foi morto
Após 12 horas de negociações, terminou na manhã desta segunda-feira o sequestro de um ônibus turístico na capital filipina Manila. Segundo um porta-voz da polícia, oito reféns morreram e há vários feridos entre as pessoas que permaneceram no interior do veículo durante todo o sequestro. Sabe-se que três deles saíram ilesos. O sequestrador – um ex-policial armado com um fuzil e outras armas de menor porte – também foi morto, com um tiro na cabeça.
Inicialmente, havia 25 pessoas – 22 turistas e três filipinos – no ônibus. Nove delas foram libertadas ao longo do dia, entre elas três crianças. O motorista conseguiu fugir pela janela. A polícia quebrou os vidros do veículo e tentou invadi-lo, mas foi recebida a tiros.
O sequestrador, identificado como Ronaldo Mendoza, de 55 anos, era um detetive expulso da corporação por acusações de roubo e tráfico de drogas. O veículo estava parado em Parque Luneta, no centro de Manila, quando Mendoza chegou. O homem teria pedido carona ao motorista antes de sequestrar o veículo e levá-lo a uma estrada próxima à praça Rizal, um dos locais mais visitados da cidade. Ele exigia seu emprego de volta para libertar os reféns, segundo a imprensa local.
Na imprensa – Imagens de TV mostraram policiais removendo um corpo da parte dianteira do ônibus, antes de entrarem no veículo. Emissoras também divulgaram a saída de reféns com vida do local. Depois dos disparos, o motorista saiu do ônibus e foi visto correndo para proteger-se. Um porta-voz da polícia disse que os comandos haviam atirado antes nos pneus para imobilizar o veículo.
Em uma entrevista por telefone a uma rádio local, Mendoza havia ameaçado matar os reféns. “Posso ver que há muitas equipes da Swat chegando, eles estão em toda a parte”, disse Mendoza, falando em tagalo, um idioma regional. “Sei que eles vão me matar. Estou lhes dizendo que devem ir embora, porque a qualquer momento eu farei o mesmo aqui.”
Antes, Mendoza afirmara, em uma nota colada na porta do ônibus, que “uma grande coisa” iria acontecer depois das 15h (4h da madrugada no horário de Brasília), mas depois desse horário não houve nenhum incidente maior. Ele havia pedido comida para as pessoas que permaneciam no ônibus, o que lhe foi entregue, e combustível para manter o ar-condicionado funcionando.
O irmão de Mendoza, Gregorio, disse a uma estação local de TV que ele estava perturbado por ter sido demitido da força policial. A imprensa local informou que Mendoza havia sido dispensado por motivos que incluíam extorsão e, por causa da demissão, havia perdido benefícios previdenciários.
(Com agência Reuters)