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Senussi: Ex-chefe de espionagem e do órgão de repressão da Líbia

Por AFP/Arquivo
21 nov 2011, 16h47

O ex-espião da Líbia Abdullah al-Senussi, que foi capturado no domingo por ex-rebeldes depois de meses de fuga, foi considerado o mais poderoso pilar no repressivo regime de Muamar Kadhafi.

Senussi, um cunhado do ditador assassinado, é acusado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) pelo suposto papel “crucial” dele em esmagar a revolta popular do país.

A captura do chefe da espionagem de 62 anos, um homem corpulento com expressões faciais bem definidas e sobrancelhas pretas e espessas, foi anunciada pelos novos governantes da Líbia no domingo, mas ele não foi visto em público desde então.

Autoridades do Conselho Nacional de Transição (CNT) bem como comandantes militares disseram que Senussi foi preso na casa de sua irmã na região ao sul da Líbia, de Al-Guira onde ele, aparentemente, estava se escondendo.

A captura de Senussi veio um dia depois da prisão de Saif al-Islam, o herdeiro natural de Muamar Kadhafi, capturado e assassinado no dia 20 de outubro.

Em junho, o TPI expediu mandados de prisão para o trio por acusações de crimes contra a Humanidade por causa da violenta repressão aos protestos contra o regime no estado do norte da África.

A prisão de Senussi foi vista como uma “vitória” pelo ministro de Defesa interino da Líbia nos bastidores de um encontro de comandantes do Exército e oficiais do CNT na cidade de Benghazi, ao leste, berço da revolta. O anúncio foi recebido com calorosos aplausos.

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Senussi era o chefe nacional da inteligência militar, que o TPI descreveu como “um dos mais poderosos e eficientes órgãos de repressão do regime de Muamar Kadhafi”.

O TPI diz que Senussi foi um “executor indireto de crimes contra a Humanidade de assassinato e perseguição baseados em aspectos políticos” cometidos em Benghazi do dia 15, a pelo menos, ao dia 20 de fevereiro deste ano.

Senussi “que havia sido instruído por Muamar Kadhafi a implantar o plano de desencorajar e sufocar manifestações civis contra o regime em Benghazi, instruiu diretamente as tropas a atacar civis que protestavam na cidade”.

De acordo com o Tribunal sediado em Haia, Senussi estava “em posição para desencadear ações das Forças Armadas e assegurar o cumprimento de tais ordens, e portanto, autorizar crimes de qualquer executor direto substituível”.

Um importante membro do círculo próximo a Kadhafi e há muito tempo considerado o braço direito do ditador assassinado, Senussi permaneceu fiel até o fim ao homem que governou a Líbia com mão de ferro por 42 anos.

No dia 21 de agosto, o dia que os rebeldes atacaram a capital Trípoli, Senussi fez uma rara aparição no Hotel Rixos, onde se concentra a imprensa estrangeira na capital Líbia, para falar com jornalistas.

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Ele vociferou contra a campanha de bombardeio da Otan e acusou a coalizão militar, que bombardeou a casa dele em Trípoli alguns dias antes, de trabalhar de mãos dadas com a inteligência ocidental e a Al-Qaeda para “destruir a Líbia”.

“A Líbia não será governada por um bando de terroristas”, disse Senussi na ocasião.

Em 1999, um tribunal de Paris condenou Senussi à revelia à prisão perpétua por seu suposto envolvimento no ataque a um avião comercial francês UTA uma década antes, que matou 170 pessoas. A França disse, nesta segunda-feira, querer que Senussi enfrente a justiça pelo bombardeio de 1989 na Nigéria, mas que não está buscando imediatamente sua extradição.

Os novos governantes da Líbia disseram que Senussi e o filho de Kadhafi, Seif, serão julgados na Líbia ao invés do TPI por razões de soberania nacional.

Senussi também pode ser responsabilizado pelo massacre de 1996, na prisão de Abu Salim, quando mais de mil prisioneiros foram mortos a tiros.

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