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Senado argentino votará acordo com o Irã na próxima semana

Nesta quarta, ministro das Relações Exteriores defendeu o pacto em audiência no Parlamento. “Não há cláusulas secretas nem assuntos espúrios”, afirmou

Por Da Redação
13 fev 2013, 19h06

O kirchnerismo obteve juízo favorável para que o acordo com o Irã para investigar um atentado em Buenos Aires seja votado no próximo dia 21. Nesta quarta, em uma audiência no Senado argentino, o ministro das Relações Exteriores, Héctor Timerman, defendeu o acordo, que é criticado pela comunidade judaica. O atentado foi realizado em 1994 contra o centro da comunidade judaica Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) e deixou 85 mortos e 300 feridos.

Segundo o documento assinado por Argentina e Irã no final de janeiro, os países criam uma “comissão da verdade” conjunta, formada por juristas “independentes”, que ficará responsável por revisar as atuações judiciais em relação ao atentado e recomendar um plano de ação para seu esclarecimento. Para entrar em vigor, o pacto precisa ser ratificado pelos parlamentares de Buenos Aires e Teerã.

Às comissões de Relações Exteriores, Justiça e Assuntos Constitucionais, o ministro disse que o acordo “não tem cláusulas secretas nem interesses espúrios” e afirmou que preferiria não ter de negociar com o Irã porque “não é nenhum prazer sentar-se com negadores do Holocausto”, segundo informação do jornal La Nación. “Senhores legisladores, não fantasiem mais”, afirmou, em declaração direcionada aos senadores de oposição, que são contra o acordo.

Nesta terça, o governo do Irã negou que seu ministro da Defesa, Ahmad Vahidi, ou qualquer de seus funcionários será interrogado pela Justiça argentina como parte do acordo. Apesar disso, Timerman insistiu nesta quarta que o pacto permitirá que os acusados sejam interrogados pelo juiz da causa, Rodolfo Canicoba Corral. Advertiu, no entanto, que os acusados podem não dar declarações, alternativa prevista nos processos judiciais.

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“O memorando fará com que o julgamento avance e a causa se destrave, e que os acusados contra os quais a Interpol emitiu uma circular vemelha se apresentem diante de um juiz argentino e este os interrogue”, disse o ministro. “A única coisa que a comissão vai fazer é fortalecer a posição da Argentina”.

Reinaldo Azevedo: Acordo é um tapa na cara da comunidade judaica

Tanto o ministro da Defesa iraniano, como o ex-presidente Ali Rafsanjani (1989-1997) e o ex-chanceler Ali Akbar Velayati, têm mandado de busca internacional emitido pela Interpol. Após apresentações realizadas pelos promotores argentinos do processo, a Interpol resolveu que “as provas eram suficientes e aptas para requerer as prisões”. O governo iraniano nega qualquer participação no atentado e rejeita as acusações de terrorismo contra os oito cidadãos cuja extradição é requerida.

Críticas – A comunidade judaica pediu ao Congresso que rejeite o acordo. “A Comunidade Judaica Argentina reitera que o pretenso acordo com o Irã implica um grave retrocesso na busca por justiça para os atentados perpetrados em nosso país”, afirmaram o presidente da Amia, Guillermo Borger, e o presidente da Delegação de Associações Israelitas Argentinas (Daia), Julio Schlosser. As instituições instaram os parlamentares a “continuar com a tradição democrática argentina, sustentando seus valores e rejeitando o acordo”.

Também nesta terça, a agência estatal de notícias Irna divulgou que o Irã afirma que “agentes de Tel Aviv estiveram envolvidos no ataque terrorista contra a Argentina, com o objetivo de exercer influência sobre o governo de Buenos Aires”. E que, “seguindo sua inimizade, acusou o Irã pelo ataque”.

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Questionada sobre as declarações, a embaixadora de Israel na Argentina, Dorit Shavit, classificou-as de “uma estupidez”.

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