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Sem risco de eleger a extrema-direita, Portugal vai às urnas neste domingo

O Partido Socialista do primeiro-ministro António Costa tem 37% das intenções de voto, contra 27% do social-democrata Rui Rio

Por Caio Mattos
Atualizado em 6 out 2019, 07h00 - Publicado em 6 out 2019, 07h00

Os portugueses vão às urnas neste domingo, 6, sem nenhuma ameaça de ascensão da extrema-direita. Nenhum partido que se enquadre nessa classificação conta com mais de 1% das intenções de voto nem com representante na atual Assembleia, o que deixa aberto o caminho para a preservação do Partido Socialista do atual premiê, António Costa, no poder.

Em jogo estão os 230 assentos da Assembleia da República, o responsável pela escolha do chefe de governo do país, de Portugal. O Partido Socialista dispara na frente nas pesquisas eleitorais. Segundo o portal Politico, Costa e o PS são a primeira escolha de 37% do eleitorado. Aliado aos comunistas e outros partidos de esquerda, o PS deverá conseguir maioria no parlamento. Em segundo lugar está o Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, liderado pelo Rui Rio, ex-prefeito do Porto. Mas está dez pontos percentuais atrás.

Rui Rio, ex-prefeito do Porto e líder do Partido Social Democrata, principal oposição à esquerda em Portugal, em campanha em Lisboa: dez pontos atrás dos socialistas – 04/10/2019 (Rafael Marchante/Reuters)

As conquistas no plano econômico têm sido um trunfo aos socialistas, que estão no poder desde final de 2015. No segundo ano completo do governo de Costa, o crescimento real da economia de Portugal superou ao da União Europeia — 2,8% contra 2,6% —, segundo dados da Comissão Europeia. Essa foi a primeira vez que isso ocorreu desde a crise de 2008, que levou o país ao fundo do poço. 

Entre 2016 e 2018, o desemprego caiu de 11% para 7% e o déficit público, de 2% para 0,5%. Embora o governo socialista mereça créditos pelo cenário atual, Portugal já vinha em ascensão econômica desde 2014 pelo menos. De fato, o PS surfou na onda do governo anterior, comandado pelo PSD e notório pelas medidas de austeridade.

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Além da economia, outros fatores contribuem para a estabilidade política em Portugal. “O fenômeno da polarização política, visto ao redor do mundo, têm se deslocado ao ‘centro’ aqui. Há uma pulverização de pequenos partidos não radicais, que poderão ganhar maior expressividade”, afirma Nuno Canas Mendes, cientista político da Universidade de Lisboa. 

Primeiro-ministro de Portugal e líder do Partido Socialista, Antonio Costa manda um beijo aos seus eleitores no centro de Lisboa na sexta-feira 4, último de campanha das eleições legislativas em Portugal – 04/10/2019 (Jon Nazca/Reuters)

Vinte e um partidos estão inscritos nas eleições deste domingo, o maior número em mais de 40 anos. Dentre as novas legendas está o conservador CDS-Partido Popular, com 6% das intenções de voto. Os de extrema-direita, como o Partido Nacional Renovador e o Chega não alcançam 1% cada.

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Imigração, tema de forte apelo populista, é visto pelos portugueses de maneira completamente diferente da do restante da União Europeia. Alemanha e França, onde o tema reverbera a partir das plataformas conservadoras e de extrema-direita, acolheram mais de 300 000 no mesmo período. Embora haja problemas também em Portugal, o surto de imigrantes não justifica o mesmo grau de xenofobia.

A “terrinha” é o segundo melhor país do mundo em integração dos imigrantes, segundo o último ranking do Migrant Integration Policy Index, lançado em 2015 e que envolve 38 países em quatro continentes diferentes. O índice considera fatores como o acesso à educação, à participação política e à naturalização. E, também, a oportunidade de trabalho.

Portugal tem a oitava menor taxa de natalidade da Europa, com 8,5 nascimentos a cada mil habitantes. Isso é mais de um ponto percentual abaixo da taxa de natalidade na União Europeia. Segundo estimativa do bloco, a população portuguesa despencará de 10 milhões em 2019 para 6,6 milhões em 2100 e, por isso, deverá manter suas portas abertas à imigração – gostem ou não os luzitanos.

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