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Sem provas, Trump alerta para fraude eleitoral

Não há evidências de irregularidades nas últimas votações no país; defensores do direito ao voto denunciaram tentativa de intimidar eleitores

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h04 - Publicado em 6 nov 2018, 09h35

O presidente Donald Trump alertou para a possibilidade de as eleições de meio de mandato realizadas nesta terça-feira, 6, nos Estados Unidos serem prejudicadas por fraudes.

O secretário de Justiça, Jeff Sessions, também demonstrou preocupação com a possibilidade de irregularidades comprometerem o resultado da votação. As demonstrações dos republicanos ecoam as acusações infundadas feitas por Trump durante sua campanha para a Presidência em 2016.

O presidente americano alertou na segunda-feira 5 para o risco de que os imigrantes ilegais no país possam tentar “votar ilegalmente” nas eleições, mas não apresentou provas. Trump disse ainda que as agências de segurança “receberam ordens de fixar-se bem em qualquer voto ilegal que poderia acontecer nas eleições de terça-feira (ou na votação antecipada)”.

“Qualquer um que detectemos (votando ilegalmente) estará sujeito às penas criminosas máximas permitidas pela lei”, acrescentou o presidente na sua conta oficial do Twitter.

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Sessions também salientou em comunicado do Departamento de Justiça que “fraudes no processo de votação não serão toleradas” e detalhou os procedimentos de segurança e ações que estão sendo tomadas pela sua secretaria para garantir a normalidade no processo.

As eleições de meio de mandato são realizadas nesta terça-feira nos Estados Unidos. Os americanos irão às urnas para escolher todos os 435 deputados que compõem a Câmara dos Representantes e 35 dos 100 assentos do Senado. Além disso, serão eleitos 39 governadores e diversos cargos estaduais e municipais. Referendos sobre legislações estaduais também serão votados.

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Todas as pesquisas mostram que Trump perderá a maioria republicana na Câmara, a casa do Congresso onde um eventual processo de impeachment poderá ser deslanchado com base em investigações em curso. Na melhor das hipóteses para o atual presidente, a perda dessa confortável maioria para o Partido Democrata poderá atrapalhar sua campanha “Trump 2020”, já em andamento extraoficialmente.

Falta de provas

Quando perguntado se tinha provas de algum plano para promover o voto ilegal nas eleições de meio de mandato, Donald Trump respondeu que “a única coisa que é preciso fazer é olhar o que ocorreu ao longo dos anos”.

“Há muita gente, na minha opinião e me baseando em provas, que tenta entrar ilegalmente (no país) e que efetivamente vota ilegalmente”, acrescentou em declarações aos jornalistas antes de decolar para Ohio para realizar um comício.

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Trump voltava assim a pôr o foco nos imigrantes ilegais, os mesmos que transformou em protagonistas do seu discurso eleitoral, apresentando-os como criminosos e incitando o medo em relação à caravana de imigrantes centro-americanos que se dirige ao país.

Com essa tática, o presidente americano recuperou um dos seus temas preferidos de sua campanha eleitoral em 2016. Na época, ele alertou para a possibilidade de uma suposta fraude nas urnas vir a prejudicar sua candidatura.

Embora vitorioso, Trump pareceu se incomodar pelo fato de sua rival, a democrata Hillary Clinton, ter recebido numericamente mais votos em todo o país do que ele. O republicano chegou a denunciar o fato de que no pleito haviam votado de 3 milhões a 5 milhões de imigrantes ilegais. Mas não apresentou prova.

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Pouco depois de chegar à Casa Branca, em maio de 2017, Trump criou uma Comissão de Fraude Eleitoral para investigar suas próprias denúncias, liderada pelo vice-presidente Mike Pence.

A comissão se dissolveu em janeiro deste ano, após ter feito denúncia de que muitos estados, “na sua maioria democratas”, tinham se negado a fornecer informação para a investigação. Porém, um dos membros do grupo, Michael Dunlap, assegurou que não haviam encontrado nenhuma prova de fraude.

Os casos documentados de fraude eleitoral nos Estados Unidos são tão poucos que é “mais provável que uma pessoa seja atingida por um raio do que que se faça passar por outro eleitor nas urnas”, segundo indicou no ano passado o independente Centro Brennan para Justiça da Universidade de Nova York.

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Uma investigação do jornal The Washington Post encontrou apenas quatro casos documentados de fraude por parte de eleitores nas eleições de 2016, todos eles cometidos por americanos que votaram duas vezes ou tentaram votar em nome de outras pessoas.

Advogados e defensores do direito ao voto no país denunciaram as declarações de Trump como uma tentativa do Partido Republicano de intimidar os eleitores às vésperas da votação.

Medidas antifraude

O Departamento de Justiça iniciou uma série de dispositivos para preservar o direito a voto, especialmente o das minorias, e evitar que se cometam fraudes nos pleitos legislativos.

Dentro dessas medidas, o governo habilitará vários números de telefone para receber queixas de eleitores relacionadas com violações da lei eleitoral; reivindicações que também poderão ser efetuadas por meio de fax, e-mail e pelo site do Departamento de Justiça.

Segundo uma pesquisa divulgada hoje pelo instituto Gallup, sete de cada dez americanos confiam “muito” (28%) ou “de certa maneira” (42%) que os votos serão emitidos e contados de forma precisa; dados similares a eleições prévias.

(Com EFE)

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