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Sem máscaras, vacina contra Covid salva só 9.000 vidas até abril nos EUA

Só nos últimos sete dias, quase 16.000 americanos morreram devido ao coronavírus; eficácia da imunização cai devido à alta taxa de infecção do país

Por Da Redação
8 dez 2020, 15h36

Uma projeção do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME), da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, jogou um balde de água fria nas encorajadoras notícias sobre a vacina contra o novo coronavírus. Embora o Reino Unido tenha começado sua campanha de imunização nesta terça-feira, 8, e os americanos parecem seguir logo atrás, os números mostram que apenas 9.000 mortes seriam evitadas no país até abril – praticamente metade do número de mortos da última semana.

O cronograma analisado pelo instituto pressupõe que a FDA, agência reguladora de medicamentos no país, autorize em alguns dias a vacina produzida pela Pfizer. Espera-se que, até o fim de janeiro, a maioria dos idosos e profissionais de saúde americanos tenha sido imunizada – no mesmo modelo das campanhas europeias.

Mesmo assim, os pesquisadores do IHME alertam que a maneira mais eficaz de prevenir a contaminação e controlar taxas de mortalidade continua sendo o uso de máscara. Se 95% da população americana adotasse as proteções faciais, 66.000 vidas poderiam ser poupadas até o mês de abril – 86% mais que a vacina.

Evitar um número ainda maior de mortes depende criticamente de governadores implementando medidas restritivas conforme o estresse hospitalar fica mais alto”, afirmou o instituto, em comunicado publicado na sexta-feira 4. 

O presidente eleito, Joe Biden, já disse que, durante seu discurso de posse, no dia 20 de janeiro, pedirá que os americanos usem máscaras por cem dias. Contudo, o forte federalismo do país deixa a cargo de governos locais as restrições contra a Covid-19, e ao menos 43 dos 50 estados americanos precisariam adotar novamente medidas de isolamento e distanciamento até abril para evitar o cenário projetado pelo IHME.

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Um motivo porque a vacina perde das máscaras na prevenção de morte e doença por coronavírus nos Estados Unidos é porque ela será introduzida em uma população altas taxas de infecção.

Segundo um estudo publicado na revista científica Health Affairs – do qual uma das autoras é a médica Rochelle Walensky, que Biden nomeou para administrar os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDCs) –, uma vacina 95% eficaz (como é o caso das candidatas da Pfizer e da Moderna) aplicada a uma população que registra 200.000 casos diários ainda pode permitir que, nos próximos seis meses, 10 milhões de pessoas se contaminem e 160.000 morram.

A situação é pior do que se a vacina fosse menos eficaz, mas o país tivesse mais controle sobre a pandemia. Com as taxas do início de setembro de 35.000 casos diários, uma vacina com apenas 50% de eficácia manteria o número de mortos em cerca de 60.000 nos próximos seis meses, de acordo com o estudo.

Segundo o jornal americano The New York Times, a vacina é como uma mangueira de incêndio: mesmo que poderosa, ela não apaga um massivo incêndio florestal. O caminho mais rápido para superar a pandemia é se a vacina tiver menos trabalho para fazer e, por isso também, o uso de máscaras seria essencial, já que reduz a propagação do vírus.

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Os Estados Unidos são a nação com o maior número de casos e mortes por Covid-19, com mais de 280.000 vítimas. De acordo com as perspectivas do IHME, esse número pode dobrar até 1º de abril, chegando a 539.000 óbitos.

Só nos últimos sete dias, 15.813 pessoas morreram no país devido ao vírus, quebrando um recorde sustentado desde abril.

Mesmo com todos os dados e projeções, o país ainda aguarda ansiosamente a aprovação da vacina da Pfizer, em parceria com a alemã BioNTech, pela FDA – que validou nesta terça-feira os dados apresentados pelos laboratórios. Contudo, depois de entregar suas primeiras 100 milhões de doses ao país de 328,2 milhões de habitantes, o segundo lote só chega em junho, porque o governo de Donald Trump acordou a venda de parte do estoque para a União Europeia.

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