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Sem formar novo governo, Netanyahu ameaça convocar novas eleições

Premiê tem até quarta-feira para apresentar sua coalizão ou o presidente de Israel dará esse direito a outro partido, como o Azul e Branco de Benny Gantz

Por Da Redação
Atualizado em 27 Maio 2019, 17h01 - Publicado em 27 Maio 2019, 17h01

O Parlamento de Israel tomou nesta segunda-feira, 27, o primeiro passo para aprovar sua dissolução e convocar novas eleições, após o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfrentar semanas de impasse para formar seu novo governo.

O premiê tem até quarta-feira, 29, para anunciar um acordo de coalizão para seu próximo governo, já que nas eleições de 9 de abril seu partido, o Likud, não conquistou a maioria de assentos. Divergências entre as legendas ultranacionalistas e ultraortodoxas, contudo, têm travado as negociações.

Caso Netanyahu perca o prazo, a Presidência de Israel pode conceder o direito de formação do futuro governo para outro partido. Diante do impasse, o premiê decidiu usar sua última e radical artimanha e colocar pressão sobre seus aliados, propondo uma moção para dissolução do Parlamento e a convocação de novas eleições.

Em um rápido debate, 65 parlamentares votaram a favor da medida, 43 contra, e seis se abstiveram. A moção teve de ser apresentada ao presidente do Parlamento em forma de projeto de lei, já que ainda não há um governo formado. Para ser aprovado, o pedido de dissolução precisa passar por três votações.

A decisão do Likud de apresentar a moção foi vista como uma tática de pressão para persuadir os possíveis parceiros da coalizão a amenizar suas demandas. Também foi a forma encontrada por Netanyahu para impedir que o presidente Reuven Rivlin incumba outro legislador de formar um governo.

“Netanyahu vai tentar sobreviver, mas o Estado nos pertence”, criticou o líder do partido opositor Azul e Branco, Benny Gantz, que disputou as últimas eleições, mas não conseguiu se eleger premiê.

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O Azul e Branco terminou o pleito empatado com o Likud. Caso o presidente decida transferir o direito de formar um novo governo para outro legislador, Gantz deve aparecer como uma das primeiras opções.

Se a moção for aprovada, esta será a primeira vez que Israel realiza duas eleições em um mesmo ano. Com um novo pleito agendado, Netanyahu permanece como premiê interino até a votação.

O impasse

O principal obstáculo para a formação da coalizão é atualmente o desentendimento sobre um projeto de recrutamento militar entre o partido ultranacionalista Yisrael Beitenu, do ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman, e o ultraortodoxo Judaísmo Unido da Torá.

Lieberman é contra um projeto de lei que regulamente a isenção dos estudantes seminaristas judeus ultra-ortodoxos de servirem nas Forças Armadas. O Likud prometeu apoiar a proposta em troca da lealdade dos ultraortodoxos.

Nesta segunda, Lieberman afirmou que seu partido não irá fazer parte de um “governo de lei judaica”. Em Israel, homens e mulheres devem obrigatoriamente se alistar no serviço militar ao completarem 18 anos. Mas os judeus ultraortodoxos argumentam que não podem servir por motivos religiosos e para se dedicarem ao estudo da Torá.

Durante a votação do pedido de dissolução do Parlamento, Netanyahu e Lieberman participaram de um encontro privado para tentar destravar as negociações. Após apenas 22 minutos, a reunião foi encerrada sem resultados.

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“Eu propus uma solução. Mas, até agora, não consegui convencer Avigdor Lieberman”, declarou Netanyahu ao Knesset, o Parlamento. “Vamos formar este governo de direita. Ainda há tempo e, em 48 horas, podemos fazer muitas coisas”, garantiu.

“Não há nenhum motivo para fazer eleições inúteis, que custarão caro e bloquearão todas as atividades no país”, declarou.

A data original para o anúncio da nova coalizão era 14 de maio. Diante do impasse, Netanyahu pediu uma prorrogação do prazo em duas semanas e teve seu pedido acatado pela Presidência. A partir desta quarta, contudo, não há mais como adiar a decisão.

Neste sábado 25, milhares de israelenses protestaram em Tel Aviv contra os possíveis acordos de coalizão do primeiro-ministro. Os organizadores da manifestação afirmam que dezenas de milhares de pessoas participaram da marcha em frente ao museu de arte da cidade. Mais de 10.000 manifestantes estavam presentes, segundo a polícia.

(Com EFE)

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