Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Seis migrantes morreram por dia tentando atravessar o Mediterrâneo em 2018

Itália impede desembarque de refugiados na Sicília; mais de 130 estão desaparecidos na costa do Djibouti, depois do naufrágio de dois barcos

Por Da Redação
Atualizado em 30 jan 2019, 19h23 - Publicado em 30 jan 2019, 17h00

Seis migrantes morreram por dia em 2018, em média, na tentativa de cruzar o Mar Mediterrâneo e alcançar a Europa, registrou um novo relatório divulgado nesta quarta-feira, 30, pela Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

No total, 2.275 pessoas morreram fazendo essa travessia em 2018, segundo a Acnur. Embora ainda alto, esse número registrado no período é menor do que o dos anos anteriores. O total de refugiados e imigrantes que chegaram ao continente europeu também caiu para o menor patamar dos últimos cinco anos: 139.300 pessoas.

Em rotas da Líbia para a Europa, uma pessoa morreu no mar a cada catorze que chegaram à Europa – um aumento significativo na comparação com 2017. Outros milhares foram devolvidos à Líbia, onde enfrentam condições terríveis – falta de alimentos e proliferação de doenças – nos centros de detenção.

Continua após a publicidade

O relatório também revela significantes mudanças nas rotas usadas pelos refugiados e imigrantes. Pela primeira vez nos últimos anos, a Espanha tornou-se o principal ponto de entrada para a Europa.

Restrições

Para a Acnur, mudanças políticas de alguns países europeus resultaram em grande número de pessoas retidas no mar por dias a fio, à espera de permissão para a embarcação atracar. os barcos de organizações não governamentais e suas tripulações enfrentaram crescentes restrições nas operações de busca e resgate.

“Salvar vidas no mar não é uma escolha nem uma questão de política, mas uma antiga obrigação”, afirmou Filippo Grandi, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.

Continua após a publicidade

Itália

Recentemente, uma nova crise sobre o acolhimento de migrante resgatados no mar atingiu a Europa. O navio Sea Watch 3 resgatou 47 pessoas na costa da Líbia em 19 de janeiro e, desde então, vinha buscando autorização para desembarcar seus passageiros em algum país europeu.

A embarcação foi autorizada a se refugiar na costa da Sicília para fugir de um ciclone no  Mediterrâneo, mas seus imigrantes não puderam desembarcar, apesar dos pedidos de diversas agências humanitárias e da ONU.

O governo da Itália, uma coligação entre os partidos anti-imigração Liga e o Movimento 5 Estrelas, tem recusado a atracagem nos seus portos de navios humanitários, com o argumento de que o resgate de migrantes estimula o tráfico de pessoas. Com a medida, a Itália pressiona outros Estados-membros da União Europeia a acolher os refugiados.

Continua após a publicidade

Nesta terça-feira, 29, contudo, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, anunciou que Portugal, Alemanha, França, Malta e Romênia aceitaram repartir entre si os 47 migrantes do navio.

Um caso semelhante aconteceu em agosto de 2018, quando 177 imigrantes tiveram de esperar por cinco dias a autorização do governo italiano para desembarcar em Catania, na ilha da Sicília. Por essa razão, a Justiça da Itália pediu que o ministro do Interior, Matteo Salvini, seja processado por “sequestro agravado de pessoas” pelo ocorrido. O crime prevê pena de três a quinze anos de prisão.

A viabilidade do processo ainda está em julgamento, já que o ministro pode contar com imunidade. Logo após a decisão judicial ter sido anunciada, Salvini chegou a dizer que estava pronto e orgulhoso para ser julgado “por ter defendido seu país de imigrantes ilegais”.

Continua após a publicidade

No entanto, em uma carta ao jornal Corriere della Sera publicada nesta terça-feira, Salvini afirma que o julgamento deve ser suspenso. Segundo ele, o caso está “intimamente ligado” às suas atividades como ministro do Interior e à sua “forte vontade de manter os compromissos assumidos na campanha eleitoral”.

“Estou convencido de que agi no interesse supremo do país e dentro do respeito total do meu mandato”, escreveu.

O ministro tem um trunfo a seu favor, pois é o Senado italiano que decidirá se ele será processado ou não. Seu partido, o Liga Norte, e o Movimento Cinco Estrelas (M5S) têm maioria no Parlamento.

Continua após a publicidade

130 migrantes mortos no Djibouti

Mais de 130 migrantes estão desaparecidos depois que dois barcos naufragaram na costa do Djibouti, no nordeste da África, segundo a Organização Internacional para as Migrações (IOM), da ONU.

De acordo com testemunhas locais, as embarcações viraram apenas trinta minutos após deixaram Godoria, na região de Obock, na terça-feira 29. O naufrágio foi atribuído à sobrecarga dos barcos.

Segundo a IOM, a guarda costeira do Djibuti recuperou trinta corpos e encontrou dezesseis sobreviventes. As embarcações estavam indo para o Iêmen.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.