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Secretário americano defende espionagem para proteger ‘americanos e brasileiros’

Em visita a Brasília, John Kerry prometeu mais transparência. Ministro Antonio Patriota disse que “sombra de desconfiança” pode afetar relações

Por Gabriel Castro, de Brasília
13 ago 2013, 16h37

O secretário de Estado americano, John Kerry, defendeu nesta terça-feira os programas de vigilância do governo Barack Obama dizendo que as operações são legítimas e servem para garantir a segurança, inclusive de brasileiros. No começo de julho, o jornal O Globo apontou que o Brasil é um dos alvos dos programas de monitoramento dos EUA. Os dados sobre as operações secretas foram revelados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden.

“Nossas atividades são firmemente baseadas em lei e são sujeitas à supervisão de todas as áreas do nosso governo. As coletas realizadas pelas agências de inteligência trouxeram impactos positivos não apenas para proteger nossa nação, mas para proteger outros povos no mundo, incluindo brasileiros”, disse Kerry, após reunir-se com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

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Kerry disse que o governo americano manterá o diálogo com os brasileiros sobre os monitoramentos. “Vamos continuar a ter esse diálogo com o pacto de garantir que seu governo tenha total compreensão e concordância a respeito do que nós achamos que temos de fazer para prover segurança não só para os americanos, mas também aos brasileiros e pessoas ao redor do mundo”.

Patriota demonstrou que o governo brasileiro ainda não está satisfeito com as explicações apresentadas. “Caso as implicações desse desafio não sejam resolvidas de modo satisfatório, corre-se o risco de se projetar uma sombra de desconfiança sobre nosso trabalho”, disse. “Quando há desconhecimento dos métodos ou falta de informação, isso pode enfraquecer essa confiança. O que nós queremos é justamente evitar que isso aconteça”.

O secretário prometeu explicações detalhadas sobre “o que, como e quando” o governo americano está fazendo para monitorar possíveis ameaças à segurança. Ele demonstrou preocupação em impedir que a controvérsia recente afete outras negociações entre Brasília e Washington. “Vamos trabalhar juntos para assegurar que esses assuntos não entrem no caminho de outras coisas sobre as quais nós conversamos”.

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Visto – Na conversa, Kerry e Patriota também trataram de outros temas, como parcerias na área de meio-ambiente e a concessão do visto para turistas brasileiros, facilitada por meio do programa Global Entry – que dispensa viajantes frequentes de enfrentar as filas de imigração. A isenção total do visto ainda está distante, mas o secretário ressaltou que o governo americano quer ver cada vez mais turistas brasileiros visitando seu país. Kerry ainda se reunirá nesta terça com a presidente Dilma Rousseff.

Snowden – Em entrevista publicada pelo jornal The New York Times nesta terça, o delator criticou a postura de parte da imprensa americana depois dos atentados de 11 de setembro. “Muitas agências de notícias deixaram de lado seu papel – a responsabilidade jornalística de desafiar os excessos do governo – devido ao medo de serem vistas como antipatrióticas e punidas no mercado, em um período de elevado nacionalismo”.

As informações sobre os programas secretos de vigilância foram publicadas inicialmente pelo jornal britânico The Guardian e pelo The Washington Post. No contato com Glenn Greenwald, o técnico de informática disse ter ficado surpreso porque o jornalista recusou seus pedidos para criptografar as comunicações. “Fiquei surpreso ao perceber que havia pessoas nas empresas jornalísticas que não sabiam que qualquer mensagem não criptografada enviada através da internet seria entregue a todos os serviços de inteligência do mundo. Na esteira das revelações deste ano, deve ficar claro que uma conversa não criptografada entre um jornalista e sua fonte é algo imperdoavelmente negligente”.

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