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Sarkozy descarta acordo com a extrema-direita

Por Kenzo Tribouillard
25 abr 2012, 09h44

O presidente Nicolas Sarkozy fixou nesta quarta-feira um limite na ‘direitização’ de seu discurso para o segundo turno da eleição presidencial francesa, ao descartar um acordo com a extrema-direita da Frente Nacional, um tema que provoca tensões em seu partido.

O presidente francês e candidato a um segundo mandato afirmou que não fará acordo com a extrema-direita para as próximas legislativas e descartou a presença de ministros da Frente Nacional (FN) em seu governo se for reeleito.

“Não haverá acordo com a FN, nem ministros, mas eu devo levar em consideração o voto dos eleitores que optaram pela candidata da FN, Marine Le Pen”, declarou Sarkozy à rádio France Info.

“Os quase 18% de eleitores que votaram (em Le Pen) não pertencem a ela e é meu dever falar para eles”, acrescentou, reiterando a recusa de “criticar os eleitores que votaram na candidata da Frente Nacional”.

No primeiro turno, domingo passado, o socialista François Hollande obteve 28,63% dos votos, Sarkozy 27,18% e Marine Le Pen 17,9%.

O resultado faz com que Sarkozy necessite absolutamente atrair os eleitores da FN para vencer o segundo turno de 6 de maio, que tem Hollande como favorito, segundo as pesquisas.

E Sarkozy, nos discursos de campanha, não tem poupado referências a estes eleitores com menções ao patriotismo e a seu “apego à família” ou às “raízes cristãs” da Europa.

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Paralelamente, a projeção dos resultados da FN no primeiro turno presidencial para as legislativas, que acontecerão nos dias 10 e 17 de junho, permite prever que em vários distritos os candidatos de ultradireita podem passar ao segundo turno.

O tema do eventual apoio ou não à extrema-direita nas legislativas provoca tensão no partido do presidente, a União por um Movimento Popular (UMP).

Na terça-feira, o primeiro-ministro François Fillon chamou de “estúpidas” e “contraprodutivas” as declarações da senadora Chantal Jouanno (UMP), que afirmou que votaria no PS no caso de um duelo PS/FN nas legislativas.

Mas o próprio Fillon, como já havia feito o ministro do Interior Claude Guéant, declarou que “certamente não votaria na FN”, mas sem afirmar que votaria no PS.

Neste contexto, Marine Le Pen, que com base no resultado do primeiro turno presidencial espera obter nas legislativas a eleição de deputados suficientes para formar uma bancada, pediu nesta quarta-feira a Nicolas Sarkozy e ao líder da UMP, Jean-François Copé, que falem claramente se pedirão ou não o voto dos socialistas em caso de duelo PS/FN nas legislativas.

“Ambos devem indicar claramente se pedirão ou não que votem nos socialistas nos distritos nos quais o FN se encontre diante dos socialistas no segundo turno”, afirmou.

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“Que abandonem as táticas, a mentira, o cinismo e que expressem claramente sua posição”, acrescentou Le Pen.

O candidato socialista, François Hollande, apontou “muitas ambiguidades” no partido do presidente sobre a posição que teria no caso de eventuais duelos entre a FN e o Partido Socialista nas legislativas.

Hollande acrescentou que, no caso de duelo entre a FN e a UMP nas legislativas, ele “nunca hesitou” e recordou que esteve nesta situação em 2002, quando a esquerda pediu votos no segundo turno presidencial para o candidato de direita Jacques Chirac para impedir o avanço do candidato da FN, Jean-Marie Le Pen.

Hollande era o primeiro secretário do Partido Socialista na ocasião.

“Pedi votos para Chirac. Não disse ‘contra’ a extrema-direita, disse ‘para’ Chirac”, destacou.

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