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Sarkozy bota o crescimento no centro dos debates a 6 dias das eleições

Por Por Fabrice Randoux
16 abr 2012, 09h56

Em desvantagem nas pesquisas, o presidente e candidato Nicolas Sarkozy lança um de seus últimos trunfos na campanha presidencial francesa, colocando o crescimento no centro do debate, com o risco de desconcertar seus partidários, mas também aliados alemães.

A seis dias do primeiro turno (22 de abril) de uma eleição na qual o socialista François Hollande reforça dia a dia sua condição de favorito, Nicolas Sarkozy desdenhou nesta segunda-feira das previsões das pesquisas.

“As pesquisas vão e vêm, sabe-se qual é sua credibilidade”, declarou, enquanto a imprensa francesa informava sobre as dúvidas crescentes em relação à estratégia do candidato da direita.

No domingo, em um grande comício ao ar livre em Paris, Nicolas Sarkozy surpreendeu ao se pronunciar a favor de uma reforma das missões do Banco Central Europeu (BCE) para reforçar seu papel no apoio ao crescimento da Eurozona.

“Sobre o papel do Banco Central no apoio ao crescimento, vamos abrir um debate e vamos fazer a Europa avançar”, disse, ressaltando os “limites das regras” do tratado de Maastricht, que atribui como principal missão do BCE o controle da inflação.

E isso depois de ter denunciado durante semanas o projeto do candidato socialista François Hollande, que quer renegociar o tratado de disciplina orçamentária assinado em março por 25 países europeus a fim de acrescentar ao mesmo um capítulo de apoio ao crescimento.

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Suas declarações suscitaram a ironia de Hollande. “Já era a hora de (Sarkozy) chegar à lucidez no fim de seu mandato”, declarou o candidato socialista. “Pena que ele tenha esquecido [o crescimento] durante cinco anos”, acrescentou.

A declaração de Sarkozy é contrária também ao acordo que fez com a chanceler alemã, Angela Merkel, de não falar publicamente do papel do BCE nos mercados durante a crise, embora deixando-o agir ao mesmo tempo.

A equipe do presidente esclareceu imediatamente depois que Nicolas Sarkozy não se referia a uma reforma dos estatutos do BCE, e sim ao diálogo sobre as taxas de câmbio.

O ministério alemão das Finanças não quis fazer comentários a respeito nesta segunda-feira, como tampouco sobre a polêmica relativa à introdução na Alemanha por uma sociedade de ações de um instrumento especulativo sobre a dívida francesa, cuja anulação foi solicitada por François Hollande às autoridades de Frankfurt.

O discurso de Nicolas Sarkozy reforçava nesta segunda-feira a ideia de um certo desassossego na estratégia do presidente, em desvantagem nas pesquisas, contra um candidato socialista que se vangloria pela constância de suas propostas.

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Sarkozy parece estar muito longe de alcançar seu objetivo de ficar em primeiro lugar com ampla vantagem no primeiro turno a fim de criar uma dinâmica para mudar a tendência no segundo turno, previsto para 6 de maio.

Segundo as últimas pesquisas, os dois rivais estariam lado a lado no primeiro turno, com pouco menos de 30%.

Mas no segundo turno Hollande está certo em contar com os eleitores do candidato da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon (13% a 17%) e da ecologista Eva Joly (2% a 3%).

O que não é o caso de Nicolas Sarkozy no que se refere aos eleitores da candidata de extrema direita Marine Le Pen (14% a 16%). Quanto aos eleitores do centrista François Bayrou (10%), seus votos se repartiriam em partes iguais entre Sarkozy e Hollande no segundo turno.

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