Paris, 27 jan (EFE).- O presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou nesta sexta-feira que a retirada das tropas francesas mobilizadas no Afeganistão será encerrada até o final de 2013, um ano antes do previsto até agora.
O anúncio foi feito após Sarkozy se reunir durante meia hora com o líder afegão, Hamid Karzai, no Palácio do Eliseu – sede da Presidência francesa.
Sarkozy indicou que o avanço da transição de segurança no Afeganistão e a entrega gradual de responsabilidades são os motivos que permitem o retorno dos soldados franceses.
A partir de 2013, a França manterá apenas um número ‘residual’ (poucas centenas) de soldados no Afeganistão, para realizar operações de formação do Exército afegão, suspensas na semana passada, mas que serão retomadas ‘a partir de amanhã’.
A anulação dessas operações foi motivada pela morte de quatro soldados franceses na sexta-feira passada, vítimas de um ataque de um soldado afegão, que depois se declarou ser um membro infiltrado do movimento rebelde talibã.
No entanto, após o encontro desta sexta-feira, Sarkozy disse ter recebido as garantias necessárias para que essas tarefas possam ser retomadas.
‘Em 2013, serão mantidas as ações de formação, mas não as de combate. A partir de 2014, o Afeganistão garantirá a segurança por si próprio e nós teremos um trabalho que será definido pelo ministro da Defesa’, esclareceu o chefe de Estado francês.
Em seu discurso à imprensa, Sarkozy ressaltou que o trabalho dos soldados franceses no Afeganistão foi destacável e que, por essa razão, se está em condições de transferir a segurança da província de Kapisa às forças afegãs já a partir de março deste ano.
‘Não somos uma força de ocupação, não temos a vocação de permanecer em um país de 30 milhões de habitantes. Confiamos no papel e na capacidade de Karzai, a quem vemos como um chefe de Estado amigo’, ressaltou Sarkozy ao lado do presidente afegão.
O líder francês afirmou que pedirá à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) uma reflexão sobre a possibilidade de o Exército afegão assumir totalmente o comando das missões de combate ao longo de 2013, frente ao prazo de 2014 fixado pelos aliados de cara à transferência de poderes. EFE