Sanders vence prévia democrata na Virgínia Ocidental e Trump confirma mais votos
Apesar da vitória, o senador democrata segue atrás de Hillary Clinton na corrida pela vaga nas eleições presidenciais
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Da Redação
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11 maio 2016, 09h56
Sanders sobe em palanque em Stockton, na Califórnia, nesta terça (Justin Sullivan/AFP)
O senador Bernie Sanders venceu a primária democrata no Estado da Virgínia Ocidental, nesta terça-feira, sem alterar, porém, a ampla vantagem de sua oponente, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton.
De acordo com a contagem do jornal The New York Times, com 97% das urnas apuradas, Sanders obteve 51,4% dos votos nas prévias de ontem, somando ao todo 1.469 delegados contra os 2.239 de Clinton. No partido, é preciso chegar a 2.383 para obter a indicação direta às eleições presidenciais.
O senador venceu conquistando o “voto branco”, eleitorado que tem se mantido fora do alcance da ex-primeira-dama, favorita entre as minorias negra e hispânica e entre as mulheres. Sanders, que prometeu levar sua campanha até o final para a convenção do Partido Democrata em julho, disse ser o concorrente mais forte para derrotar Donald Trump, o provável candidato republicano.
“Trabalhadores estão sofrendo”, disse Sanders após vitória na noite de terça. “Precisamos de uma economia que trabalhe para todos nós, não só para o um por cento”, declarou.
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Republicanos – Agora sozinho na disputa republicana após a desistência de seus rivais Ted Cruz e John Kasich na semana passada, o magnata Donald Trump confirmou a vitória na Virgínia Ocidental e também em Nebraska, onde apenas o Partido Republicano realizou primárias ontem. Os democratas já haviam votado no Estado em cinco de março e tiveram Sanders como vitorioso.
Apesar de Trump ser o único na corrida, os eleitores podiam seguir votando nos ex-candidatos, por isso o nova-iorquino ainda corria um mínimo risco de não vencer. Na terça-feira, ele obteve 61,4% dos votos em Nebraska e 76,9% na Virgínia Ocidental.
Ontem, de acordo com o Times, o empresário somou 67 delegados e precisa alcançar mais 101 para confirmar sua vitória na disputa interna antes da convenção do Partido Republicano, prevista para julho. Como candidato único, é improvável que ele não consiga a vaga.
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1. Caucus
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(Alex Wong/Getty Images)
Caucus nada mais é do que uma convenção partidária. Os eleitores registrados pelos partidos em uma seção eleitoral se reúnem em um local determinado e os representantes de cada pré-candidato fazem um breve discurso, expondo seus pontos de vista. Nos caucus republicanos, o passo seguinte é a votação, que pode ser feita até com pedaços de papel. Os votos são contados e o porcentual de cada candidato equivale ao número de delegados da zona eleitoral que ele ganha.
Já os caucus democratas são um pouco mais complexos: após os discursos, os eleitores se dividem em grupos. Grupos pequenos demais são obrigados a se desfazer e seus integrantes a escolher outra opção. Em seguida, baseado no número de membros de cada grupo de apoio, define-se quantos delegados da zona eleitoral vão para cada candidato.
Os caucus são realizados em treze Estados e três territórios (Ilhas Samoa, Ilhas Mariana do Norte e Ilhas Virgens). Nos demais, os candidatos são escolhidos por meio de primárias. Por exigirem debates de ideias e exposição de argumentos dos apoiadores dos pré-candidatos, os caucus são considerados processos eletivos mais qualificados que as primárias.
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2. Primárias
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(Joe Raedle/Getty Images)
As primárias funcionam como uma eleição convencional. Os eleitores utilizam cédulas para votar e podem inclusive escrever o nome de seu candidato preferido se ele não estiver na lista. Os votos são contados para definir o vencedor, mas a divisão dos delegados é feita de forma diferente pelos partidos Democrata e Republicano. No primeiro caso, o sistema é proporcional: se um candidato recebeu 20% dos votos, por exemplo, fica com 20% dos delegados da seção eleitoral.
Já nas primárias republicanas, o vencedor leva todos os delegados da seção. Além disso, o tipo de primária pode variar a depender do Estado. Elas podem ser abertas (o eleitor escolhe a primária em que votar) ou fechadas (o eleitor só pode votar na primária do partido em que se registrou antes). As primárias ocorrem em 37 Estados e no território de Porto Rico; e a maioria adota o sistema fechado.
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3. Esses processos preliminares já definem o candidato?
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(Christopher Furlong/Getty Images)
Os caucus e as primárias são a fase mais importante da definição dos candidatos, mas eles só são formalmente indicados nas convenções nacionais, realizadas após todas as prévias. É na convenção nacional que os delegados acumulados nos caucus e primárias elegem o representante do partido para concorrer à Presidência. Na prática, as convenções são grandes eventos de aclamação dos candidatos, pois elas acontecem quanto todos já sabem os resultados dos caucus e primárias e também já sabem quem será o indicado.
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4. Definidos os candidatos, como é o processo de eleição do presidente?
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(Alex Wong/Getty Images)
O presidente dos EUA não é eleito diretamente pelo voto popular, mas por um colégio eleitoral. O país todo contabiliza 538 colégios eleitorais, divididos entre os Estados tendo como base sua população e seu número de deputados federais. Quanto mais populoso for o Estado, mais deputados e mais colégios eleitorais ele tem; e consequentemente, mais peso possui na eleição. Dos 50 estados americanos, 48 adotam o sistema do "vencedor leva tudo" no colégio eleitoral. Esse método pode levar a situações como a da eleição de 2000, quando George W. Bush derrotou Al Gore mesmo tendo menos votos na soma do país todo. Bush venceu porque foi o mais votado na Flórida e levou os 29 votos do colégio eleitoral do Estado.
(Com Reuters e AFP)