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Rússia se queixa da histeria do Ocidente antes de visita de Lavrov a Damasco

Por Por Olga NEDBAEVA
6 fev 2012, 14h42

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, lamentou nesta segunda-feira a reação “histérica” do Ocidente após os vetos russo e chinês à resolução da ONU condenando a repressão na Síria, na véspera de sua visita a Damasco, onde deve se reunir com o presidente sírio, Bashar al-Assad.

“Algumas vozes no Ocidente que reagem ao veto na ONU são indecentes e, às vezes, histéricas”, declarou Lavrov durante uma entrevista coletiva à imprensa.

Vários diplomatas e especialistas ocidentais consideraram no domingo que os vetos de russos e chineses no sábado a uma resolução sobre a Síria no Conselho de Segurança da ONU vai encorajar o presidente Bashar al-Assad a manter sua repressão aos opositores sírios.

“Um provérbio diz ‘aquele que se irrita raramente tem razão’. As declarações histéricas têm por objetivo dissimular o que acontece, ou seja, o fato de que há várias fontes de violência na Síria”, prosseguiu, citando principalmente “grupos extremistas armados” ligados à oposição.

“É por esta razão que apoiamos de maneira ativa em novembro a iniciativa da Liga Árabe sobre a necessidade de pôr fim à violência de onde quer que ela venha”, ressaltou Lavrov.

Ele lembrou que esta disposição estava presente no projeto de resolução votado no Conselho de Segurança no sábado, mas que defendia medidas detalhadas apenas para o governo sírio.

Foi a segunda vez que Moscou e Pequim impediram o Conselho de Segurança de sair de quase 11 meses de silêncio sobre a Síria, durante os quais a repressão deixou pelo menos 6.000 mortos, segundo a oposição.

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Lavrov que visitará Damasco na terça-feira na companhia do chefe do serviço de inteligência exterior russo, Mikhail Fradkov, lamentou também o fato de a resolução ter sido votada no sábado antes de sua missão na Síria.

“Pedimos aos coautores da resolução que esperassem ainda por mais alguns dias para a situação pudesse ser discutida” após esta visita, ressaltou Lavrov.

“É lamentável que a resolução tenha tido esse destino”, disse.

Ele se recusou a revelar a mensagem que transmitirá ao presidente sírio, mas diversos especialistas russos consideraram que poderá negociar as condições de sua saída.

“A saída de Assad, uma questão-chave para os Ocidentais, estará na ordem do dia” desta missão após “esse impasse na ONU que ocorreu tendo como pano de fundo a guerra civil na Síria”, considera Evguéni Satanovski, presidente do Instituto para os Estudos sobre o Oriente Médio, consultado pela AFP.

Para o historiador Vladimir Akhmedov, especialista em Oriente Médio, a Rússia “realiza uma missão de reconhecimento” para avaliar a situação no local.

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“É possível que haja uma tentativa de convencer o presidente Assad a aceitar a proposta da Liga Árabe”, ou seja, ceder seu lugar a um vice-presidente, afirmou o especialista citado pela agência Ria Novosti.

O objetivo de Moscou é mostrar aos Ocidentais que depois de ter imposto seu veto, a Rússia está preparada para “tomar medidas concretas para encontrar soluções políticas”, segundo ele.

Boris Dolgov, do Instituto de Oriente da Academia de Ciências Russas, acredita, por outro lado, que a Rússia vai insistir em “reformas democráticas na Síria, na organização de um referendo constitucional e na realização de novas eleições legislativas”.

“A saída de Assad levaria ao caos. Ele tem um forte apoio popular e sua saída é impossível, a menos que haja uma intervenção estrangeira”, acrescentou o analista consultado pela AFP.

“Se a Rússia deixar cair” sua aliada tradicional para a qual vende armas, “ela perderá sua influência na região”, concluiu.

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