Rússia ordena que diplomatas americanos deixem embaixada em Moscou
Medida soa como uma retaliação após governo americano ter feito o mesmo com funcionários russos
As tensões entre Estados Unidos e Rússia se intensificaram nesta quarta-feira, 1, após ordem dos russos para a retirada de diplomatas americanos da embaixada de Moscou.
De acordo com a diretora do Departamento de Informação e Imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, funcionários que estão na embaixada da capital russa há mais de 3 anos foram ordenados a voltar a Washington em 31 de janeiro.
A medida soa como uma retaliação depois da fala do embaixador russo nos Estados Unidos, que afirmou na última semana que 27 diplomatas e suas famílias estavam sendo expulsos e precisavam partir até 30 de janeiro.
“Nós precisamos responder na mesma moeda”, disse Zakharova em comunicado à imprensa.
Os acontecimentos ocorrem antes da reunião antecipada entre o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, para discutir sobre o papel da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na relação com a Ucrânia.
A embaixada americana em Moscou é a única que restou no país, que encolheu de 1.200 para 120 funcionários desde o início de 2017.
Os laços entre Moscou e Washington vêm se deteriorando desde 2014, quando a Rússia invadiu a província ucraniana da Criméia.
Além disso, o recente aumento do número de tropas russas perto da fronteira da Ucrânia tem aumentado a tensão entre os países.
Há quase um mês, a Rússia elevou para 90 mil o número de soldados próximos à divisa territorial.
Nesta quarta, o governo ucraniano pediu aos Estados Unidos e à OTAN que preparem sanções econômicas contra o Kremlin de modo a impedir uma possível invasão de de soldados russos.
“Vamos pedir aos nossos aliados que se unam ao nosso país para a criação de um pacote de dissuasão”, disse o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, ao chegar na Letônia para reunião com a OTAN, que pediu ainda uma maior cooperação militar e de defesa.
Apesar de não ser membro, a Aliança disse que está comprometida em preservar a soberania da Ucrânia, que se inclina para o Ocidente desde 2014.
Na época, Moscou anexou a península da Crimeia, ocasionando uma guerra entre tropas ucranianas e forças separatistas apoiadas pelos russos em um conflito que se estende até os dias atuais.
Kiev tem planos de futuramente se tornar membro da OTAN e da União Europeia, algo que a Rússia não quer que aconteça. O presidente Vladimir Putin disse nesta quarta-feira que deseja manter conversas com países ocidentais para obter garantias de que não ocorrerá uma expansão para o leste.
No último dia 18, Putin acusou o Ocidente de não levar a sério as “linhas vermelhas” de seu país e se disse pronto para responder de maneira “assimétrica, rápida e dura” quaisquer provocações.