Rússia inicia exercício militar em territórios sob disputa
As manobras militares incluem mais de 2.000 soldados e acontecem em territórios sensíveis, como na península da Crimeia, que a Rússia anexou no ano passado
O Ministério da Defesa da Rússia informou nesta quinta-feira que exercícios militares de grande escala foram iniciados no país e em territórios sob disputa nas fronteiras russas ao sul. Os exercícios envolvem mais de 2.000 soldados de combate antiaéreo e 500 itens de armamento, e vão durar pelo menos até 10 de abril, de acordo com a agência de notícias Interfax.
Segundo o ministério, os exercícios ocorrem nos territórios do Cáucaso Sul e Cáucaso Norte, e também em bases militares russas na Armênia, nas regiões separatistas da Georgia Abkhazia e Ossétia do Sul e na região ucraniana da Crimeia, que Moscou anexou no ano passado. As manobras militares são vistas pelo Ocidente como uma demonstração de força em meio à tensão nos laços entre a Rússia e o Ocidente devido à crise na Ucrânia.
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Novas sanções – Nesta quarta, a chanceler alemã Angela Merkel afirmou que a União Europeia (UE) considerará impor novas sanções à Rússia caso o país não respeite o pacto de Minsk, que tem como objetivo encerrar os onze meses de conflitos no leste da Ucrânia. A chanceler ressaltou que só poderá considerar a integridade territorial da Ucrânia restabelecida quando o país voltar a ter acesso à fronteira com a Rússia, em referência à faixa de território sob controle dos separatistas pró-Rússia nas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste do país.
Merkel teve uma reunião com o presidente do Conselho Europeu, Jean-Claude Juncker, e explicou que discutiu sobre como aplicar com sucesso o pacote negociado em Minsk, mais especificamente sobre como reforçar a missão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para que haja uma supervisão adequada, como prestar socorro humanitário e auxiliar a Ucrânia em seu programa de reformas.
Juncker disse que é preciso utilizar e manter abertos os canais de comunicação com a Rússia, mas reconheceu que por enquanto não há condições adequadas para se convocar uma cúpula entre União Europeia e Rússia.
(Da redação)