Rússia exibe potência militar com maior exercício de sua história
A Otan denuncia as manobras como um ensaio para um 'conflito em grande escala'
A Rússia iniciou nesta terça-feira (11) os maiores exercícios militares de sua história, com quase 300.000 oficiais de todos setores das Forças Armadas e o apoio de soldados chineses. A Otan denuncia as manobras como um ensaio para um “conflito em grande escala”.
O grande exercício, com as participações dos exércitos da China e da Mongólia, batizado como Vostok-2018 (Leste-2018), acontecerá até 17 de setembro na Sibéria Oriental e no Extremo Oriente russo.
O dia de hoje será dedicado ao deslocamento de tropas, e a quarta-feira aos exercícios de luta antiaérea. O “principal evento” está programado para quinta-feira, segundo o ministério da Defesa, que não revelou detalhes.
O presidente russo Vladimir Putin deve acompanhar o Vostok-2018 à margem do Fórum Econômico do Extremo Oriente.
O exercício foi organizado em um contexto de tensão com o Ocidente, entre a crise ucraniana, a guerra na Síria e as várias acusações de interferência na política de países ocidentais.
Para o exército russo, a demonstração de força é similar ao “Zapad-81” (Oeste-81), exercício que há quase 40 anos mobilizou entre 100.000 e 150.000 soldados do Pacto de Varsóvia no leste europeu, as maiores manobras organizadas no período soviético.
“Haverá um ar de Zapad-81, mas mais imponente de certa maneira”, declarou no final de agosto o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, detalhando o contingente esperado: 300.000 soldados, 36.000 veículos militares, 1.000 aviões e 80 navios.
“Imagine 36.000 veículos militares se movendo ao mesmo tempo: tanques, blindados de transporte de tropas, veículos de combate de infantaria. E tudo isso, é claro, em condições próximas a uma situação de combate”, explicou.
Críticas
A Otan denunciou as manobras. “Encaixa com uma tendência que se observa há muito tempo, a de uma Rússia mais assertiva, que aumenta drasticamente seu orçamento de Defesa e sua presença militar”, declarou o porta-voz da Aliança, Dylan White.
Desde 2014, com o início da grave degradação das relações entre Moscou e o Ocidente, a Rússia aumentou seus exercícios militares, do Cáucaso ao Báltico e até no Ártico.
As manobras russas no Extremo Oriente foram precedidas de exercícios no Mediterrâneo, de 1 a 8 de setembro, nos quais participaram mais de 25 navios e 30 aviões, em um contexto de fortalecimento da presença russa na Síria, onde o país atua militarmente desde 2015.
(Com AFP)