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Rússia e Turquia acertam coordenação após retirada dos EUA da Síria

Decisão já causa reversões de alianças

Por AFP 29 dez 2018, 14h13

Rússia e Turquia acertaram neste sábado 29 uma ação de coordenação de suas ações na Síria após o anúncio de retirada dos soldados americanos, decisão que já está causando reversões de alianças.

“Entramos em acordo para que representantes militares russos e turcos sobre o terreno sigam coordenando as suas ações neste novo contexto com o objetivo de erradicar a ameaça terrorista na Síria”, assinalou o ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov, depois de uma reunião com uma delegação turca em Moscou.

“Falamos da forma como vamos coordenar o nosso trabalho em comum neste contexto” da partida dos americanos, confirmou o seu homólogo turco, Mevlüt Cavusoglu.

Lavrov se declarou otimista após essas negociações, nas quais participaram Cavusoglu, os ministros de Defesa dos dois países, Hulusi Akar e Sergei Shoigu, e membros dos serviços de Inteligência.

A decisão de Donald Trump mudou as linhas de um conflito cuja complexidade tem aumentado constantemente desde 2011, quando os curdos, apoiados por tropas americanas até agora e ameaçados pela Turquia, pediram ajuda ao Exército do líder sírio, Bashar al-Assad. As forças do governo entraram na sexta-feira em uma região do norte do país.

Este avanço do regime sírio agradou seu aliado russo, mas enfureceu Ancara, e é neste contexto que uma delegação turca foi a Moscou para conversas com ministros de Relações Exteriores, Defesa e autoridades de ambos os países.

Esta é a primeira vez em seis anos que as forças sírias retornam à estratégica localidade de Minbej, num contexto de multiplicação, com a ajuda crucial do aliado russo, das vitórias militares do regime de Damasco, que parece no caminho certo para quebrar seu isolamento diplomático.

A Turquia denunciou o posicionamento dessas tropas perto de Minbej, dizendo que as forças curdas “não têm o direito de apelar a elas”.

O Kremlin, por sua vez, considerou positiva, dizendo que contribuiu para uma “estabilização da situação”.

Neste sábado, um correspondente da AFP no terreno não viu nenhuma evidência de tropas sírias na cidade de Minbej, mas forças locais foram colocadas em alerta, reforçando seus controles nesta cidade estratégica perto da fronteira turca.

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– Processo político –

A Rússia e o Irã são os principais aliados do regime de Damasco, enquanto a Turquia é um grande defensor dos rebeldes. Os três países são os avalistas do processo de paz de Astana, implementado em janeiro de 2017 sem o envolvimento de Washington e que gradualmente ofuscou as negociações promovidas pelas Nações Unidas.

Este processo, no entanto, tenta chegar a um acordo político para um conflito que já custou mais de 360.000 vidas desde 2011.

A Rússia e a Turquia também se comprometeram a cooperar para promover o retorno dos refugiados sírios a suas casas e fornecer a eles ajuda humanitária, bem como continuar trabalhando para a criação de uma zona desmilitarizada em Idlib, a última fortaleza rebelde na Síria.

Uma cúpula sobre a Síria reunindo os presidentes de Rússia, Turquia e Irã está prevista para o início de 2019 na Rússia, segundo Moscou.

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A cúpula anterior entre os três presidentes ocorreu em setembro no Irã e trouxe à tona as grandes diferenças de opinião entre Vladimir Putin, Hassan Rohani e Recep Tayyip Erdogan sobre o destino da província de Idlib.

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